Cap. 10 - Aylla

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Sai como uma louca do escritório. O medo de me atrasar e apanhar novamente era monstruoso, então pedi que o segurança fosse o mais rápido possível. Cheguei no local e minha entrada já estava liberada. Como sempre, os seguranças me esperaram do lado de fora e quando entrei, me deparei com quatro homens de terno sentados numa mesa que havia na sala e Thomas se encontrava à cabeceira dela. Parei abruptamente quando vi aquela cena, já imaginando o pior. Até a bolsa que eu segurava e algumas pastas que trazia para simular uma reunião foram ao chão.

- Precisa de ajuda, senhora Barysh? - ouvi a voz daquele verme e me concentrei em manter a calma. Me abaixei e tentei pegar as coisas, mas tremia demais. Ele veio até mim e chegando perto do meu ouvido, disse - Mantenha a compostura, cadela. Hoje é apenas uma reunião com meus acionistas, não precisa se emocionar tanto por minha causa - e dizendo aquilo, deu uma risada teatral e me ajudou com a papelada que se espalhou no chão.

O alívio percorreu meu corpo e só então percebi que prendia a respiração. Ele me apresentou àqueles homens e a reunião começou. Fui indagada sobre muitas coisas, até sobre o que eu não era responsável, mas como tinha projetado tudo com Karim, soube sanar as dúvidas de todos. O que ficou pendente pediria para minha assistente enviar detalhadamente para o e-mail de cada um deles. Estava me preparando para ir embora junto com o grupo, quando Thomas me segurou pelo braço e pediu que eu ficasse, pois ainda tinha algumas dúvidas sobre a construção de seu shopping. Assim que o último homem saiu, ele me virou e com uma mão, segurou firme em meu maxilar e virou minha cabeça de um lado para o outro.

- É, até que o estrago não foi tão grande para alguém que sofreu uma queda feia da escada. - Ele me soltou com força, me fazendo cambalear para trás.

- Me segurou aqui para isso? - disse ríspida

- Não. Te chamei aqui porque quero que me faça um favorzinho. E antes que me diga não. Vi bem como aqueles homens te comeram com os olhos. Puta que pariu que tesão aquilo me deu. Basta eu querer e a gente relembra os velhos tempos com todos eles... Heinnn, me diga se a ideia não é boa? Adorava ver você se divertindo com uma penca de homens.

- Você quis dizer, ser estuprada por vários dele, não é? Você não vai parar nunca com essa tortura?

- Deixa eu ver... Acho que não - disse ironicamente soltando uma gargalhada em seguida.

- Qual o favor que quer, afinal? - perguntei, tentando esconder minha repulsa por aquele homem.

Ele saiu de trás da mesa e se encostou, cruzando as pernas e braços.

- Sabe Ayllinha. Estava aqui pensando. Eu acho que não gosto da sua arrogância. Você poderia ser bem mais simpática, solícita e carinhosa comigo. Ser arredia não está te ajudando. Não mesmo! Então vamos quebrar essa crista para você aprender de uma vez por todas qual o seu papel aqui.

- Eu preciso voltar rápido para o trabalho, Karim não sabe que...

- Karim, Karim, Karim... não pronuncie o nome dele aqui dentro, se não quiser que eu quebre seus dentes, assim como ele fez com os meus.

- Desculpe. Não foi minha intenção.

- Assim está melhor, mas ainda não está bom. Tire toda roupa, quero te olhar.

- Por favor Thomas, não faça isso eu te imploro.

- Acho que a última surra não foi suficiente para você aprender a me obedecer, mas se quiser eu te dou outra agora mesmo. - Ele continuava na mesma posição, enquanto eu me encolhia cada vez mais.

- Tudo bem, vou tirar. - Lentamente me despi, tentando me cobrir com as mãos, mas não tinha muito o que fazer. Ele se aproximou como um felino a espera de sua caça, passou o dorso de sua mão em meu rosto e desceu para meu seio esquerdo. Fechei os olhos, tentando espantar aquela sensação de nojo, mas ele mandou abri-los. Quando pensei que iria me atacar, ele segurou em meus cabelos e me jogou no chão.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora