Cap. 23 - Aylla

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- QUE!! O QUÊ?? EU... VOCÊ ESTÁ MALUCO?

- Não teste minha inteligência. Já suportei coisas demais de você. Agora chega de mentiras.

Parecia que o mundo todo havia desabado sobre minha cabeça. O que será que ele havia descoberto!?

- Eu não sei de onde veio isso, do que está falando?

- Recebi essas imagens hoje de manhã. Me convença de que não é você.

Ele me passou o celular e várias fotos começaram a passar em slides. Eu estava deitada e um homem estava ao meu lado, ou em cima de mim. Minhas pernas estavam abertas, o que mostrava claramente que estávamos fazendo sexo. Em outras ele segurava em meus cabelos e me beijava. Mas nas imagens não aparecia o seu rosto. Apenas partes de um corpo muito musculoso que descobri na hora de quem se tratava. Claramente eu estava dopada quando ele tirou aquelas fotos e meu sangue ferveu com a covardia daquele desgraçado.

- Será que isso reavivou sua memória?

- Enrico, eu... Eu posso explicar.

- Explicar o quê, Aylla? Está claro até para cego ver. Você foi a maior decepção que já tive na vida. Bem que você disse que em algum momento estragaria tudo entre nós e olha só, nem demorou muito. Mas fica tranquila. Não vou fazer um escanda-lo. Apenas viva como quiser e me deixe em paz. Mais tarde eu peço para alguém vir buscar minhas coisas.

- Enrico eu juro, não é nada disso que...

- ... Que eu estou pensando? Não estou pensando em nada Aylla, estou vendo. Vendo a única mulher que amei na vida me trair de uma forma tão baixa. Você foi a maior decepção que já tive. Porque fui tão cego e não ouvi as pessoas quando me falaram que espécie de mulher é você? Eu sonhei com um futuro para nós dois, sonhei com nossa família e você jogou tudo fora por uma aventura ou sabe lá Deus quantas outras. A verdade é que você nunca me amou, apenas viveu uma fantasia e quando se cansou, simplesmente voltou a ser tudo o que era antes de mim.

- Enrico, por favor, não faça nada que vá se arrepender. Vamos conversar com calma, grandão. Eu juro que posso explicar.

- Eu já me arrependi, Aylla. Me arrependo de ter investido todo meu amor em alguém que nem sabe o que isso significa. Você não sabe o que é amar e se sacrificar por alguém. Eu morreria por você, mas agora vejo que seria em vão. Você não faria o mesmo por mim nem por ninguém. O que quer é pisar nas pessoas como aquele maldito fez com você.

- Não me compare com aquele infeliz. Você sabe muito bem o que passei nas mãos dele.

- Eu não acredito em mais nada. Estou morto por dentro e foi você que me matou bem aqui - ele batia no peito como se quisesse arranca-lo. - Eu não consigo nem olhar para sua cara agora. Estou indo embora e não vá atrás de mim. Dessa vez eu não vou nem te receber. Viva sua vida como quiser. Não vou mais me prender a alguém sem comprometimento. Está por sua conta a partir de agora, Aylla. Apague tudo o que vivemos até hoje.

- Enrico, pelo amor de Deus, me deixa explicar, eu te conto tudo.

- Cala a boca, Aylla. Não piore tudo. Estou com tanta raiva que quero te bater.

- Bata, xinga, me dê uma surra, mas não me abandone, eu imploro. Não faça isso. - Eu chorava descontroladamente, mas ele se mantinha em minha frente, impassível e com uma frieza insuportável.

- Não me peça algo que nunca faria. Não sobrou mais nada de nós. É melhor pararmos por aqui antes que pioremos tudo. - Ele se virou e deu as costas para mim. Passei por ele e tranquei a porta. Não poderia simplesmente deixa-lo ir.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora