Cap. 17 - Enrico

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- Minha mãe nos chamou para jantar na casa dela.

- Não quero ir.

- Já confirmei, agora não tem como voltar atrás, ela fará...

- ... Lasanha, já sei. Ela sempre faz esse prato. Já não combinamos de conversar antes de marcarmos qualquer compromisso? Por que você fez isso? Não estou no clima de sair de casa a noite e ainda preciso remarcar essa reunião que perdi graças a você. - Aylla não estava só nervosa, estava entrando em pânico. Mesmo assim ignorei aquele fato e segui em frente.

Chegando ao escritório, a deixei em sua sala e fui conversar com Karim. Convenci Aylla que seria melhor eu explicar a ele seu atraso e depois com calma ela falaria também.

- Você precisa prendê-la aqui de qualquer jeito. Ele tentou encontrar Aylla hoje e tentará mais tarde, com certeza. Se você puder fazer algo para afasta-la dele será melhor.

- Deixa comigo. Tenho uma obra para visitar e é muito longe de SP. Não avisarei onde iremos para ela. Então não poderá fugir de mim. Ela deve estar muito brava com você e com certeza ficará de mim, mas não teremos outra alternativa. Nós mesmos teremos que cuidar da segurança dela daqui para frente.

- Então se prepare para o tornado chamado Aylla. Ela vai nos odiar por estarmos cercando ela.

- Não me importo. A prioridade agora é mantê-la afastada daquele homem. Ela pode nunca mais querer olhar na minha cara, mas dessa vez será por uma boa causa.

- Tenho que ir. Terei uma reunião muito importante a tarde, mas vou mantendo contato com você, melhor não me atrever a ligar para ela. Sei que estará muito nervosa por não conseguir entrar em contato com aquele maníaco.

- Não se preocupe. Comigo ela não terá chance de encontrá-lo.

- Obrigado cunhado. - Nos abraçamos e fui para minha reunião. Tinha uma ideia em mente, mas outra hora falaria para ele. Estava com todo meu serviço atrasado, então após o jantar na casa dos meus pais, iria até Karim. Passei pela sala de Aylla, mas ela estava ao telefone e me acalmei quando vi que falava apenas com um cliente. Me aproximei e apenas dei um selinho que mal foi correspondido. Tudo bem, mais tarde amansaria minha fera.

Ao mesmo tempo que me senti aliviado por ter estragado os planos de Thomas, algo me incomodava demais, pois sabia que ele não se contentaria com a ausência de Aylla e nem deixaria barato o que houve. Precisávamos nos cercar mais do que nunca para que nem ela e nem ninguém corresse perigo.

Cheguei ao escritório e a senhora Mathias veio logo atrás com vários documentos para serem assinados. Queria poder deixar tudo nas mãos de Brad, mas o havia sobrecarregado demais com tarefas que normalmente eu mesmo fazia questão de executar.

- Desculpe perguntar senhor Enrico, mas o senhor se alimentou, está um pouco abatido. Quer que eu peça algo?

- Não precisa, me traga apenas um café, por favor. Bem forte.

- Sim senhor. A senhora Nicole precisa falar com o senhor, pediu para marcar um horário e a reunião começará em quinze minutos, posso confirmar?

- Confirme a reunião e falarei com a Nicole apenas no final da tarde. É só isso. Obrigado.

Mal saiu da sala e senhora Mathias me interfonou avisando que a mãe de Odair estava precisando falar comigo. Achei muito estranho aquilo, mas enfim pedi que passasse a ligação. Talvez tivesse acontecido algo com o filho.

- Pode passar a ligação.

- Boa tarde dona Maria, está tudo bem com a senhora e com Odair? - Me ajeitei na cadeira e peguei a xícara de café que a copeira acabara de deixar em minha frente. Tomei um gole, esperando pela resposta do outro lado da linha.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora