Cap. 26 - Enrico

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Acordei com o coração acelerado, mas me acalmei ao sentir que Aylla dormia tranquilamente em meu peito. Como era bom saber que ela estava finalmente protegida comigo e que era questão de dias até pegarmos aquele maldito.

Tivemos que agir em conjunto com o pessoal de Oslo e de Rubens. Tomamos todas as precauções, pois muitos agentes estavam trabalhando para o lado inimigo, ou seja, todo cuidado era pouco para que ele não escapasse novamente. Os homens de Oslo o seguiam como uma sombra. Nem mesmo seus capangas perceberam e isso nos deixou em vantagem. Assim que o pegássemos, Karim e eu terminaríamos com aquele desgraçado que ousou tocar em minha Aylla novamente. O ponto crucial para que conseguissemos as provas de tudo foi a confissão que fez a Aylla na noite em que foram até a casa de sua mãe. Lá ele abriu o bico e Rubens conseguiu um mandado de prisão. Infelizmente tarde demais, pois ao irmos ao seu encontro, ele já havia desaparecido do mapa novamente.

Beijei a cabeça de minha pequena e a apertei mais em mim a fazendo despertar.

- Está tudo bem? - disse com uma voz melosa.

- Está sim, volte a dormir.

- Por que está acordado então?

- Porque perdi o sono com teu ronco.

- Eu não ronco - disse batendo de leve em meu braço.

- Mas baba que é uma beleza.

- Alguém acordou tão engraçadinho. Até me fez perder o sono.

- Sério? E o que podemos fazer para esse sono voltar - perguntei com segundas intenções, já sentindo meu sangue ferver de desejo por ela.

- Sei de algo delicioso.

- Eu também. - subi em cima dela pronto para ataca-la, mas Aylla se esquivou e se pôs de pé.

- Não é nada disso, seu tarado.

- E o que é mais delicioso do que estar dentro de você?

- Vou te mostrar. Não saia daqui que já volto com uma surpresa.

- Adoro suas surpresas. - Ela saiu do quarto e me deixou lá, esperando por um longo tempo. Ouvi seus passos na escada e achei que entraria usando uma de suas fantasias ou coisa do tipo, mas não. Aylla entrou trazendo uma panela e duas colheres.

- Me diga que isso não é cera quente. Nem em sonho vou deixar você fazer esse tipo de coisa comigo, pequena.

- Hummm, olha que você me deu uma ideia, mas não é. Não desta vez. - Aquela carinha de menina sapeca sempre me encantava e ver que seu bom humor estava de volta me deixou ainda mais feliz.

- Vejo que alguém aqui está de muito bom humor.

- Como não estaria. Olha para nós. Quer lugar e companhia mais perfeita. Impossível. Mas respondendo sua pergunta. Eu trouxe algo que nos proporcionará momentos de prazer extremo. Te garanto.

- Se vier recheado com você, tenho certeza disso. - Ela se sentou na cama, de frente para mim, me passou uma das colheres e inclinou a caneca.

- Se esperar esfriar, com certeza terei ótimos lugares para aplicar. Poderei ser o recheio ou a cobertura. O que quiser saborear. - Olhei para seu conteúdo e lá dentro tinha brigadeiro de comer com colher. Então aquele era o prazer dos prazeres para ela. Certamente faríamos muito bom uso daquela delícia. Esperamos esfriar um pouco e em seguida provei aquela iguaria em cada pedacinho do corpo de Aylla. Ela sim tinha o sabor que eu mais amava em todo mundo.

Minha pequena nasceu para ser minha e eu dela. Não tínhamos escolha. Éramos louco um pelo outro e a opção de ficarmos separados não existia.

Desde que descobri sobre suas torturas, senti como se o chão tivesse sumido de meus pés. Prometi que não deixaria aquele monstro se aproximar dela e Aylla confiou em mim, mas eu havia falhado. Meu único desejo era de tirá-la daquele martírio, mas tinha que agir com a razão ou não só a colocaria em risco, mas toda nossa família. Por mais que estivéssemos nos precavendo e cercando ao máximo todos contra seus homens, ele ainda levava vantagem sobre nós, pois contava com muita gente poderosa a seu dispor. Inclusive seus amigos sádicos, os mesmos que abusaram de Aylla no passado. Mas desde que comecei a monitora-la, percebi que ele não a tocava. Não no sentido sexual. O que era estranho, porém, diante de tudo o que ela vinha passando, era uma boa notícia ou não iria suportar. Mas em compensação a torturava e a espancava sempre que tinha oportunidade. Ouvi o quanto ela implorava pela piedade daquele monstro, mas quanto mais pedia, mais ele a machucava. Rubens e Brad tiveram que me segurar várias vezes, pois eu poria tudo a perder se tentasse chegar até ele.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora