Cap. 43 - Aylla

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- Lucca e Melissa, tirem essa massinha da boca. Daniel olha seus irmãos, filho. Não deixa eles colocarem coisas na boca. Onde está a Lorena? ... Sim, mas o contrato implicará em multa se vocês não cumprirem o que combinamos, esse material é de responsabilidade... Não pode Mel, dá pra mamãe... Desculpe, onde estávamos?... Ah sim, se você não entregar esse material até segunda, não terei como dar continuidade na obra e isso custará caro para.... Só um instante. Desce daí Lucca. RUTH!! CORRE AQUI... Preciso terminar essa ligação, olha eles um minuto.

- Eu cuido deles agora Aylla, pode ir atender com calma, acabei de arrumar as malas.

- Obrigada Ruth. Onde está a Lorena? - perguntei tirando o celular do ouvido.

- Lá no estábulo. Foi ver o Pé de Pano.

- Pra quem será que aquela menina puxou pra gostar tanto de cavalos. - Senti mãos grandes entrelaçar em mim e uma barba roçar em meu pescoço, me fazendo arrepiar.

- Eu darei até segunda Felipe, se não resolver, não falaram mais comigo e sim com o senhor Barysh. Te garanto que a conversa não será tão amigável. - desliguei o telefone e o joguei longe.

- Você demorou, grandão - me virei e abracei aquele pedaço de mal caminho. Ele estava suado, pois tinha ido treinar judô com Karim. - Hummm está do jeitinho que eu gosto, todo suado.

- Papai!! - As crianças o viram, acabando com nosso momento. Nunca mais soubemos o que era nos abraçar sem que fossemos interrompidos no meio. Mas aqueles bracinhos em nós eram ainda melhores.

Enrico se jogou no chão, me levando junto e todos caíram por cima de nós. Lorena que estava toda suja, entrou correndo e se juntou à manada.

- Oi princesa, por que está toda suja assim?

- É que fui ver o Pé de Pano e depois fui no jardim da mamãe pegar uma rosa para dar ao senhor papai. - ela esticou o bracinho e entregou uma rosa cheias de espinhos para o pai que, mesmo furando os dedos abriu um sorriso.

- Viu só, esposa, minha princesa se lembra de dar flores para o papai.

- Não reclama. Te dei uma flor hoje de manhã, bem perfumada.

- Que flor, mamãe? Eu não vi nenhuma no seu quarto.

- É um perfume com aroma de flor, filha. Seu pai ama esse perfume.

- Amo os perfumes que a mamãe da, mas essa rosa é mais que especial, não é amor?

- Não tem como competir, essa é muito melhor, papai. - Me apressei em dizer antes que Lorena ficasse chateada. Aquela menina era sensível demais para tudo.

Fazíamos uma bagunça sem fim e as crianças riam sem parar.

- Para papai de fazer cócegas, vamos ficar gagos - reclamou Daniel, nervoso. - Aquele menino era uma cópia do pai na aparência, mas era genioso como a mãe.

- Sua avó Meryem já fez a cabeça de vocês, eu sabia. Certas coisas não mudam.

Estávamos ainda esparramados no chão quando a campainha tocou. Nos levantamos, mas antes de alguém abrir a porta, meus sogros entraram.

- E então, quem vai passar a noite acordado na festa do pijama na casa do vovô Augusto?

- Euuuu!! - meus filhos gritaram em coro e saíram correndo para abraça-los.

- Será que darão conta dessa penca de crianças? É a primeira vez deles passarem a noite toda com elas.

- Isso meu amor, só saberemos amanhã, porque hoje só quero saber é de você.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora