Orgulho ferido

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Cá estamos de volta com mais um cap de crise do nosso queridíssimo Sul~ depois de lembrarmos (em Repeteco) o porque que amamos ele ainda~




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Segunda-feira chegou avassaladora. Sul acordou com o sol batendo na cara e o corpo ainda dolorido da ressaca. Sentia o rosto inchado do soco que recebera do irmão e o orgulho ferido em ter admitido para ele que gostava de homens. Pelo menos tivera tempo suficiente para conseguir se olhar no espelho de novo sem torcer a cara para a própria homossexualidade.

Grunhiu ao levantar. Precisava ir pro trabalho, encarar o dia, seus erros e aquele arrogantezinho de merda. Definitivamente não estava com humor para lidar com Paraná. Reconhecia que havia falado algumas coisas ofensivas para o menor, mas seu orgulho era muito grande para se desculpar, ainda conseguia conviver com aquilo muito bem obrigado.

Se arrumou e saiu de casa. No tempo habitual chegava no trabalho já lembrando de toda a confusão que tinha com Brasil e que precisava tentar resolver isso logo, suas reservas econômicas já estavam desgastadas. Precisava falar com Minas também e descobrir porque que ele parou de comprar seus produtos. Reclamar com o Rio não estava tendo o efeito que queria então realmente teria que ir diretamente confrontar o brasileiro. De preferência hoje ainda.

Suspirou cansado desligando o carro. Fora toda sua crise existencial, sua memória perdida da festa e os fragmentos do sonho que tivera. Além de sua cara arrebentada pelo potiguar. Perguntas seriam feitas.

Teria um excelentíssimo dia!

Respirou fundo e saiu do veículo.

Chegou por último na sala que compartilhava com Catarina e Paraná. Mal colocou o pé para dentro e a mulher já o cumprimentou.

— Bom d- SUL! O que aconteceu?!

Ela se levantou e foi até a sua pessoa, era clara sua preocupação com ele. Estendeu a mão para lhe tocar a bochecha mas parou antes que o fizesse, se lembrando do fora que lhe dera e que não seria adequado fazer aquilo naquele momento.

O loiro nem percebeu.

— Eu e o Norte conversamos.

Somente ao escutar isso é que Paraná prestou atenção, era quase engraçado como os dois irmãos usavam os mesmos termos para se referir àquelas coisas. Trocou olhares com o maior, já até esperando algum insulto, mas foi completamente ignorado. Puta que pariu, será que ele lembrou?!.... O encarava mais atento. Não.... Está muito calmo para isso. Respirou fundo e disfarçou sua agitação.

— Sobre o que pra se baterem assim?!

— Guria.... — O gaúcho avisou agressivo. Respirou fundo e complementou mais educadamente. — Não é da tua conta e já está resolvido. — Deu um sorrisinho de canto se lembrando da última vez. — E dessa vez ele levou um também.

— Mas porque tudo precisa ser tão violento assim? — SC ainda falava frustrada e preocupada.

— Porque ele é bruto neh Catarina. Só entende se leva coice. — O paranaense não conseguiu ficar quieto, tinha que soltar a ironia e incomodar o outro. Já era o esperado entre eles.

— Cala a boca Paraná! — Sul exclamou agressivo, mas precisou admitir para a mulher. — Mas é isso mesmo. — Deu de ombros. — A gente se entende desse jeito.

Sem pensar muito a loira coloca a mão no queixo do barbudo, virando um pouco seu rosto para ver melhor o machucado.

— Tah colocando gelo neh?

Sul respirou um pouco mais forte incomodado com a proximidade. De repente a catarinense se lembra que não deveria toca-lo tão facilmente daquele jeito e o solta bruscamente, deixando tudo muito óbvio. RS suspira e pega sua mão a encarando de frente.

— Sim, estou colocando gelo. Não te preocupa assim comigo guria. — A puxou para perto e falou em seu ouvido. — Eu posso ter a impressão errada.

Não falou seriamente, só queria afastá-la de si por um tempo. Até porque aparentemente agora era gay. A mulher corou e tentou se afastar mas o maior não havia soltado seu pulso ainda.

— N-não. — Somente quando o olhou de volta é que ele abriu a mão, havia passado seu recado. — Desculpa, eu só estava preocupada. — Murmurou temerosa se afastando.

Paraná viu aquilo com curiosidade e interesse, o que que tinha acontecido entre eles na festa? Aquela proximidade e interação estava muito estranha. Se bem que lembrava do Sul e sua apresentação que claramente era dedicada à mulher. Algo deve ter acontecido mesmo.

Rapidamente o gaúcho passou o olhar por Paraná e o viu desviando o olhar de si. Em outro momento brigaria com ele por aquilo, mas hoje já não se sentia compelido a isso. Suspirou e rumou para sua mesa, tinha coisas a fazer. Coisas desagradáveis.

Trabalhou um pouco em alguns documentos e quando viu a manhã inteira tinha passado. Se levantou apressado, pegou alguns papéis de sua mesa e saiu, realmente precisava falar com Minas Gerais, de preferência antes dele sair para almoçar.

Chegou na sala do sudeste batendo na porta educadamente. Como o esperado o grupo da região se assustou com seu machucado de soco na cara.

— Caralho menó! Que que aconteceu? — Rio foi o primeiro a exclamar.

Logo seguido de Espírito Santo e Minas.

— Foi na festa? — A mulher cobria a boca com as mãos demonstrando sua preocupação.

— Ou ocê caiu da cama? — Não tinha muita coisa que estragasse o bom humor do mineiro.

— Tá mais pra cair da escada porra! Olha isso! — RJ falou gesticulando em direção ao loiro.

São Paulo foi o único a não se surpreender tanto pois já sabia da briga entre os dois irmãos. Mas com certeza o machucado do gaúcho estava pior que o do potiguar. Sua surpresa repousava nisso.

Rio Grande do Sul dispensou a preocupação com um gesto de mão.

— Eu e o Norte conversamos. Foi só isso.

— Só isso?! Tudo isso! — O carioca ainda estava espantado.

— Tchê, já tá resolvido. — Indicou ríspido que não falaria mais no assunto, em especial para a capital. Fê-lo sentar ainda murmurando alguma coisa a respeito. — Eu vim falar com o Minas. — Abanou os papéis e se aproximou de sua mesa entregando os documentos para que ele lesse.

O mineiro entrou em seu modo de trabalho e analisou o que lhe foi entregue com a cara séria. Depois que terminou olhou interrogativo para o barbudo.

— Pra mim tá tudo certinho isso aqui sô.

— Então está mesmo se recusando a comprar os produtos da minha terra? — Sul falou irritado, sabia que não seria fácil.

— Tá caro uai! Ocê ia fazê o mesmo si fosse o contrário. — Devolveu os papéis para ele.

O loiro suspirou concordando. Viu que os outros os observavam mal disfarçadamente, se virou diretamente para o carioca depositando aqueles documentos em sua mesa com um tapa forte na madeira.

— São as taxas! Já te falei sobre isso Rio.

— E eu já te falei que não consigo fazer nada porra. Isso tem que falar com o Brasil.

Sul praticamente rosnou descontente, agarrou seus papéis e saiu irritado.

Não parecia que ele tinha mudado muito. São Paulo pensou quase alto com um suspiro cansado. 






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Aquele susto na Cat tadinha! Se bem q ela não pode ser tão avoada nesse assunto~

Paraná com o c* na mão achando que o Sul lembrou~ e falando as verdades na cara :) 

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