Indiretamente também

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Puta que pariu! Aquele viadinho de merda! Não bastasse o irritar diretamente tinha que empatar indiretamente também?!

Rio Grande do Sul praguejava em sua mente. Foi diretamente para o bar em busca de outra garrafa de licor. Analisou a geladeira vendo as opções. Licor não. Vodca. Alcançou a garrafa disponível logo a abrindo e tomando um gole direto do gargalo, agora sim iria se acabar com aquilo.

O líquido desceu queimando, arfou um pouco dolorido deixando seus olhos vagarem em volta. Percebeu que estava próximo às sobremesas. Se aproximou interessado. Não pensou muito quando encontrou o prato de brownies, pegou um pedaço e o engoliu praticamente inteiro.

Até que estava bom. Bebeu mais um pouco de sua vodca para descer o pedaço anterior e já pegou outro, fazendo a mesma coisa. Definitivamente não se importando com a quantidade de calorias e açúcar que consumia. Não se importava com nada.

Bebeu mais um pouco e pegou um terceiro pedaço para viagem. Saiu andando e olhando em volta em busca do sul-mato-grossense. Dessa vez comia o doce com mais calma, saboreando melhor a sobremesa. Mesmo assim os pedaços eram pequenos e acabou consumindo tudo em três mordidas.

Chegou na mesa dos dardos mastigando e lambendo os dedos logo sendo notado pelos outros dois. Matin e Minas olharam um pouco surpresos para ele, tinham assumido que ele conseguira ficar com a catarinense. Bruto e insensível como era o de cabelo comprido logo apontou o fato.

— Cê levou um fora foi?

Sul apoiou com força sua garrafa de vodca na mesa e se atirou sentado na cadeira.

— Tchê, cala a boca. — Devolveu o coice frustrado. Tomando outro grande gole do álcool.

Minas observava tudo de canto de olho, estava na sua vez de jogar os dardos e assim o fazia.

— Eu num vô ti carregá daqui não. — Matin avisou com um sorriso duro nos lábios.

— Vai tomar no cu. — Sul já não se importava com nada. Estava claramente bêbado e continuava a beber, por isso o maior não se irritou. — Foi aquele viadozinho de merda. — Falava embolado tanto pelo álcool como pela raiva. — Aquele baitola do caralho.


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— Porra Rio! Devolve meu cigarro caralho!

São Paulo não viu quando o descolorido roubou a carteira de si e agora balançava o objeto com a mão para cima, fora de seu alcance.

— Vem pegar boneca. — RJ debochava dele com um sorriso largo no rosto, adorava o incomodar.

Desceu a mão e driblou do menor o irritando mais. Frustrado e cego de raiva o paulista continuou a tentar recuperar sua propriedade sem querer esbarrando e tropeçando os móveis e quem quer que estivesse por perto. Rio também não se importava. Corria em volta da piscina abrindo espaço por entre os presentes.

Devido à confusão e gritaria mais pessoas se aproximaram para ver o que acontecia. Paraná era um dos que estava ali em volta e se levantou agitado, mas estava absolutamente debilitado pelo brownie que comera e o álcool que acompanhava o doce.

Numa das voltas que o carioca fez acabou esbarrando forte no paranaense que se desequilibrou e caiu quase em câmera lenta dentro da piscina. O barulho da queda fez o descolorido parar para ver se o menor estava bem.

Ele demorou um pouco para vir à tona fazendo o dono da casa ponderar se deveria ir atrás do convidado. Mas não foi necessário, o sulista apareceu na superfície em busca desesperada de ar.

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