— Tu me arrastou até aqui pra que guri? — Catarina imediatamente cobrou do paulista quando chegaram na área de fumantes.
O sudestino pegou um cigarro e exibiu para ela.
— Eu preciso de um agora. — Acendeu e se posicionou a favor do vento, de forma que a mulher não recebesse sua fumaça, sabia que os não-fumantes não gostavam daquilo.
— Fala logo guri! O que aconteceu com o Paraná?
O paulista respirou fundo pensando como contaria tudo. Iria começar pelo básico.
— Paraná gosta do Sul. — Revelou e esperou a reação da loira.
A mulher tapou a boca com as mãos. Não parecia exatamente surpresa. Mas o sudestino ficou.
— Cê já sabia disso?
— Eu suspeitava. Quer dizer. Matinha suspeitava e me contou.... E depois de ontem não tive como não relacionar uma coisa à outra. — Falou tristemente. — E agora o Sul tá namorando com o Uruguai.
O outro deu mais um trago e soltou devagar.
— Exatamente. — Guardou o silêncio por um momento. — Parece que é bem profundo, ele não parou de chorar a noite inteira ontem.
— Ele tá bem?
— "Bem" é uma palavra muito forte. Mas levei ele pra minha casa e vou ficar de olho por uns dias. Inclusive tenho que voltar logo. — Pegou e olhou o horário no celular. — Como o Sul tá?
— Ele tá bem.... — Suspirou. — Bem até demais. Chegou cheio de bom humor hoje, super simpático. — Viu o estranhamento estampado no rosto alheio. — Passou a noite na casa do Uruguai. Parece que eles estão se entendendo bem.
Viu o sudestino puxar mais um trago e soltar a fumaça para cima.
— Não tem muito o que fazer Cat. A escolha é do Sul. E o Paraná não quis fazer nenhuma investida também.
De repente a porta se abre e ambos se calam assustados. Maranhão aparece tranquilo já segurando seu baseado e o isqueiro na mão. Olhou para os dois claramente de segredo no canto.
— S-se quiserem eu vou tomar um cafezinho antes. — Apontou para a saída.
— Seria bom. — São Paulo fala entredentes irritado pelo susto gratuito.
O nordestino lhes lança mais um olhar meio estranho e finalmente vai embora.
— Se surgirem fofocas cê já sabe de onde veio. — O paulista aponta de qualquer jeito para onde o outro estava pouco tempo atrás.
— Tudo bem. — A mulher dá de ombros. — Vai lá que tu tem que cuidar do Paraná.
— Ah sim, sobre isso. Consegui uma semana de folga pra ele e uma de home-office. Acho que o Rio vai avisar a sua sala hoje à tarde. — Deu o último trago. — Eu também vou me ausentar esses dias. É até bom porque trabalho melhor em casa mesmo. — Olhou a mulher enquanto apagava a bituca na lixeira de metal. — Você pode ficar de olho no Sul por enquanto?
— Claro. Quer que eu te avise as coisas?
— Só se acontecer algo diferente mesmo. — Começou a andar para a saída.
— O mesmo pra mim viu. Quero saber como Paraná está.
— Tudo bem. Justo.
— Mais uma coisa guri. — Chamou antes que se afastasse demais. — Quem mais sabe disso? — Gesticulou com a mão.
— Só o Norte e eu. E agora você.
— E a Matinha. — Complementou com um sorrisinho amarelo. São Paulo lhe lança um olhar de advertência. — Ai guri, ela já tinha percebido as coisas e eu preciso de alguém pra conversar. Eu faço ela jurar que não vai contar pra mais ninguém. — Levantou a mão direita.
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Origens
Fanfiction- Erhm eu sei que tecnicamente a gente já começou a trabalhar e não somos mais novatos, mas de quem é aquela mesa? - Catarina apontou para a escrivaninha vazia em frente à sua. - Eu nunca vi ser ocupada.... - Também não sei.... - Paraná apoiou distr...