Dor de cabeça

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Barbaridade.... Que dor de cabeça! Sul ergueu o braço e colocou a mão na testa. Havia tido um sonho um tanto quanto 'caliente', sua mente não lembrava de muita coisa, mas seu corpo com certeza lhe dava esse tipo de sinal. Tinha iniciado com Crystal e acabado com Uruguai? Bufou descontente.

Tentou abrir os olhos mas a claridade lhe fazia lacrimejar e piorava sua enxaqueca, mesmo assim o gaúcho insistiu em se localizar. Teria ficado na casa do Rio mesmo? Ou acabou parando em outro lugar?

Tentou se mexer para olhar em volta e sentiu uma dor aguda na costela. Grunhiu com os dentes travados. Provavelmente se machucou por que caiu em cima de alguma coisa. Desistiu e voltou a se deitar tentando observar a sua volta somente com os olhos, sem virar a cabeça. Estava no sofá da sala de alguém. O ambiente não lhe era estranho.... Estava na casa do Norte? Se concentrou e ouviu o mar. Sim, estava na casa dele.

Espero não ter dado trabalho. Mal concluiu o pensamento quando ouviu passos se aproximando.

— Acordou? — RN falou secamente, mas o loiro não captou a entonação hostil respondendo com um sorrisinho sem graça.

— Sim, mas minha cabeça tá explodindo. — Se esforçou e conseguiu se sentar. Murmurou. — Eu não dei trabalho, dei?

Olhou de esguelha pro maior. Norte o encarava com uma expressão estranha e braços cruzados.

— Trouxe remédio pra ti visse. — Indicou com o queixo para a mesinha de centro com uma pílula e um copo d'água.

O nordestino observava enquanto o outro se esticava com dificuldade para pegar o remédio. Estava segurando sua raiva, tinha que lembrar que prometera a Paraná não contar nada do que aconteceu entre eles. Mas sua vontade era de, nas palavras do próprio gaúcho, afofar ele de pau. Atacaria por outro lado então.

— Tu se lembra de alguma coisa cabra?

— Não muito.... — Tomou o remédio. — Depois que falei com a Catarina não lembro de quase nada, só que eu fui beber com o Matin e o Minas. — Olhou para o potiguar. — Aconteceu alguma coisa? — O silêncio do maior o preocupou. O que poderia ter feito?! — Não me diz que eu fiz alguma coisa com ela?!

Aquela pergunta desconcentrou o nordestino, não estava esperando que aquilo fosse uma opção de conduta dele. Ainda mais tendo em conta o que se passou com o paranaense.

— Não fizeste nada com ela. — Suspirou cansado se sentando numa das poltronas perpendiculares. Precisava se lembrar de não mencionar Paraná. — Mas disseste algumas coisas visse. — Encarou o de seu sangue. — Coisas que não dirias antes dessa tua missão de fronteiras.

Sul começou a entender onde ele queria chegar. Fechou a expressão, definitivamente não estava a fim de falar sobre aquilo, ainda mais depois de lembrar fragmentos de seu sonho, onde definitivamente transava com o Uruguai. E gostava!

— Tchê, eu não quero falar sobre isso. — Virou a cara irritado.

— Não me importa se não queres falar! Que eu não tô pedindo eu tô mandando! Entendesse bem? — Norte não conseguia mais se manter sem elevar a voz.

— Não grita porra! — Naturalmente o gaúcho revidou agressivo. — E eu não te devo explicação nenhuma!

— Não me deve explicação o escambau! — Bateu com força na mesa e se levantou aproximando o rosto do dele e lhe apontando o dedo. — Tu não eras homofóbico assim quando tu saíste! E agora fala um monte de merda! — Estendeu os braços pro alto em frustração. — Quero o meu irmão de volta! E se eu tiver que arrancar no soco o que aconteceu lá de ti pode apostar que eu vou!

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