SKZ Family

Capítulo 27 - Amor de via dupla

Seungmin

Eu tinha plena consciência de que Lee Na usava o sexo como uma forma de amaciar os meus pensamentos e me fazer deixar de lado as minhas suspeitas, para então apreciá-la na cama. Não eram poucas as vezes que minha esposa fazia uso dessa tática, e eu nem me dava ao trabalho de questionar a sua manipulação disfarçada de sedução, apesar de geralmente me mostrar relutante no primeiro momento, a verdade era que eu gostava daquilo, eu gostava de jogar aquele jogo e deixá-la achando que me tinha nas mãos, quando na realidade, eu sacava a sua intenção desde o início e ainda desfrutava de uma boa dose de prazer.

Eu tinha apagado a luz de propósito, mas se eu fechasse os olhos, ficava ainda mais fácil de me concentrar naquele momento e deixar minha mente viajar durante aquele ato. Ainda que eu estivesse deslizando mais devagar por dentro dela, os gemidos de Lee Na seguiam audíveis e isso começou a me desconcentrar.

- Shhh... - sussurrei com certa delicadeza, não querendo que ela achasse que eu estava querendo calá-la à força, e levei minha mão a cobrir seus lábios na sequência. - Não podemos fazer barulho...

Minha mulher não protestou, apenas deixou que eu governasse a situação do jeito que bem entendesse, eu não sabia dizer ao certo se isso era parte do seu plano para me fazer esquecer qualquer paranoia, se Lee Na estava apenas seguindo à risca a penalidade da aposta que perdera, ou ainda se ela estava gostando de ser dominada daquela maneira, mas não importava, pois no momento em que o silêncio se fez presente, o deleite foi tão grande para mim, que tive que cuidar para não terminar tão rápido.

Desci a mão da sua boca até o seu peito, acariciando sua pele com lentidão, e apesar de tê-la liberado da minha prisão, minha esposa não voltou a externalizar sua voz, apenas seguiu se contendo de fazer qualquer som, enquanto eu me movia com precisão.

- Oh, noona... - sussurrei junto à sua nuca depois de algum tempo e beijei seu pescoço com afinco, aproveitando para acelerar mais e me perdendo em prazer até chegar no ponto final.

Levei uns minutos até restabelecer minha respiração e, de repente, comecei a me preocupar que Lee Na ainda seguisse quieta e isso significasse que não tinha conseguido alcançar o mesmo desfecho que eu.

- Ei... está tudo bem? - perguntei.

- Está sim.

- Tem certeza? 

- Aham.

- Então não foi bom? - deduzi, já que ela me respondia com sentenças tão curtas e sem emoção.

- Foi bom sim, é que... - minha esposa virou de frente para mim, e por mais que não conseguíssemos nos enxergar bem na imensidão do escuro, ouvi-la com mais proximidade, adicionava um outro teor àquela conversa - foi diferente.

- O que foi diferente?

- Você.

- Em que sentido?

- Você me pediu para ficar calada, então achei que iria com tudo, mas, na sequência disso, foi... suave, quase carinhoso...

- Não exagere, eu só fui com um pouco de cuidado a mais porque você está grávida.

- E tem mais uma coisa... você não me chamava de noona desde que voltamos para os Estados Unidos há três meses, hoje em dia, a única pessoa que eu te vejo chamar assim é... - sem mais nem menos, Lee Na interrompeu a própria frase e eu engoli em seco que isso fosse um sinal de que sua ficha estava caindo. Naquele curto minuto de silêncio, agradeci que o breu do quarto não deixasse meu rosto entregar o receio que eu sentira.

- O que você ia dizer? - perguntei, esperando que ela me zombasse, tentando jogar verde para descobrir se eu tinha usado aquele honorífico pensando em minha cunhada.