Capítulo 9 - Um sequestro doce

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Lee Na

Não demorei muito a dormir porque realmente estava com sono, mas os minutos que levei até apagar de vez foram de pura confusão, já que, sem fazer absolutamente nada além de me olhar, meu cunhado roubara todo o meu fôlego e o levara embora consigo ao deixar o quarto.

Han era a alma da família, era inegável que esse era o maior motivo para ele ser o filho predileto de seus pais, pois não tinha como ser diferente, Seungmin poderia ter roupas elegantes, dois diplomas de faculdade e um apartamento de luxo no centro de Nova York, mesmo assim, Han ainda seria o centro das atenções por onde quer que fosse porque sua personalidade carismática jamais o deixaria passar despercebido, e agora esse encanto já estava se recaindo sobre mim também.

Eu não esperava me sentir atraída por um cara com uma aparência tão comum e com tão pouco senso de estilo, ele tinha literalmente um visual de pai, então acabava sendo estranho que eu não estivesse só emocionalmente mexida, como fisicamente também. Entretanto, talvez jazia justamente na sua aparência a resposta disso, afinal, meu próprio pai era muito mais parecido visualmente com Seungmin do que com Han no que dizia respeito a escolhas estéticas, e descobrir que eu curtia a antítese deles, que pouco se importava com elegância no que escolhia para vestir, acabava combinando com a rebeldia que havia em mim em viver contradições.

Mas certamente o ponto mais cativante em meu cunhado era o seu ar divertido, ele era bem engraçado e o seu tipo de humor bobo se tornara um tanto preocupante para mim, pois percebi que era extremamente do meu gosto. Aquele paspalho já estava caindo nas minhas graças sem ter que se esforçar em nada para isso.

Eu não era ingênua, tinha total discernimento que o havia provocado ao desejar boa noite daquele jeito e essa havia sido de fato a minha intenção naquela hora, eu tinha agido totalmente focada nos meus hormônios e sem parar para pensar nas consequências que aquele ato poderia desencadear. Ainda assim, a reação dele foi a mais sensata possível, pois mesmo que me olhasse com intensidade, obviamente desconcertado pelo meu interesse, Han apenas se virou subitamente para sair, sem dar corda para ver onde aquela situação poderia parar, e isso me poupava de quebrar a cabeça a respeito daquele breve flerte, mesmo que em parte eu estivesse um pouco constrangida por ter me arriscado a tanto. Porém, só saberia de fato como meu cunhado procederia depois daquela noite, no momento em que nos encontrássemos novamente.

Assim que o dia amanheceu, acabei despertando por sentir o colchão afundar próximo aos meus pés, e, ainda bêbada de sono, tomei a pior decisão possível ao questionar quem havia aparecido ali para me acordar.

- Han? - perguntei, abrindo os olhos e ao mesmo tempo esfregando as minhas pálpebras com as mãos, impossibilitando a mim mesma de ver a pessoa com clareza logo de cara.

- Han? - questionou Seungmin de volta para mim, perplexo que eu estivesse supondo que seu irmão poderia ter entrado no quarto que eu estava ocupando. - Por que meu irmão estaria aqui?

- Porque a casa é dele? - respondi, finalmente enquadrando meu marido no meu campo de visão e tentando fingir sarcasmo para fugir de ter que me explicar mais.

Seungmin me olhou desconfiado e, de repente, seus olhos se recaíram sobre os meus pés.

- O que é isso? - indagou, fitando o bandaid por um segundo, antes que eu desse um jeito de enfiar meus pés por dentro do lençol.

- Eu me machuquei - expliquei.

- Como você se machucou e por que não me disse?

- Como se você se importasse, você me deixou no limbo durante um dia inteiro e nem ao menos perguntou como eu estava quando nos reencontramos. Como você espera que eu queira te contar sobre a minha vida, se você não dá a mínima para ela?

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