Capítulo 26 - Lavando a roupa suja

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Hyunjina

Como era segunda-feira e Han só tinha tirado uma licença do trabalho naquele dia para poder receber o irmão - também buscando as crianças mais cedo na escola para isso -, era fadado que na manhã seguinte a nossa rotina voltasse ao normal e eu tivesse menos tempo com ele em casa, o que me ocasionaria mais horas para digerir tudo que tinha acontecido. No entanto, eu não queria processar nada daquilo, pois já tinha ultrapassado todos os limites da minha paciência, então esperei que meu esposo traidor voltasse para o quarto após o banho, para poder despejar sobre ele toda a raiva que eu estava guardando.

- Baby - disse meu marido assim que entrou e fechou a porta -, acho que tudo ocorreu bem hoje, não foi?

- Ocorreu bem? - perguntei, totalmente desacreditada com o que ele estava falando. - Você é muito dissimulado.

- Você ainda está brava por conta daquele lance que rolou mais cedo? Eu já disse que errei a palavra porque estava pensando em você.

- Conta outra, Han, você não me chama de jagiya faz tempo e você deixou bem claro que está apaixonado pela sua cunhada.

- Não é verdade... não foi isso que eu quis dizer aquela hora, você está distorcendo tudo.

Eu bufei uma risada irônica.

- Você deve achar que eu sou estúpida, não é? Eu te avisei lá no início, que não mexesse com a esposa do seu irmão, porque eu estava preocupada com o que Seungmin sentiria a respeito disso, mas, no final, você além de quebrar a promessa que havia feito para mim, não levou em consideração nem os meus sentimentos, imagina os dele.

- Jagi... não suponha coisas absurdas.

- Não me chame assim! - exclamei, com toda a ira que eu estava guardando. 

Meu esposo arregalou os olhos, surpreso que eu estivesse finalmente cruzando a linha e elevando a voz com ele, sem me deixar dobrar pelo seu modo tranquilo e terno de falar.

- Jina, você não pode estar com ciúmes por eu ter trocado uma palavra sem querer.

- Sim, você tem razão, eu não estou com ciúmes, eu estou com raiva, e esse nem é o motivo disso - expliquei e então peguei a sacola plástica que eu já estava esperando sobre a cama e joguei na direção dele, Han a segurou em frente ao peito, de uma maneira meio desajeitada por não estar esperando por aquilo.

- O que é isso? - perguntou, não se dando ao trabalho de abrir a sacola para ver o que havia dentro dela, e eu tinha a impressão de que ele não fazia isso por ser condescendente e sim por estar com medo do que eu havia guardado para incriminá-lo.

- A camisola da sua amante, cheirando a cloro daquela noite em que vocês se jogaram na piscina juntos - respondi secamente.

- Baby... - disse ele, deixando a sacola cair no chão e se aproximando de mim.

- Não me toque! - bradei, porém de maneira contida, querendo evitar que a minha voz saísse para fora do quarto. - E não me venha com mentiras como tem feito ultimamente, eu vi vocês conversando na cozinha. Devo te dar os parabéns pela sua nova filha? Isso me torna o que dela? Tia e madrasta? Tiadrasta? - indaguei, sentindo como se o sarcasmo escorresse de mim naturalmente.

- Jina... eu não sei o que você escutou, mas você ouviu errado.

- Não, você não vai me manipular para me fazer achar que sou eu que estou louca. Eu já liguei todos os pontos, mas aquela conversa sobre a gravidez... olha, eu realmente não estava esperando por isso, foi a grande cereja no topo do bolo.

Reparei no exato momento em que ele engoliu em seco, ao perceber que não conseguiria mais me enrolar quanto àquela traição.

- Me perdoe - disse Han, baixando os olhos ao chão.

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