Capítulo 20 - Felicidade que chama

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Lee Na

Talvez a terapia de casal estivesse fazendo efeito, ou talvez fosse pelo fato de não estarmos mais na Coreia, que Seungmin resolveu deixar todas as suas desconfianças de lado e simplesmente curtir a novidade de que seria pai.

A princípio, decidimos não contar para ninguém, pois mesmo que o bebê estivesse saudável, eu sempre havia ouvido falar que era melhor esperar que a gestação completasse o terceiro mês para se ter certeza de que continuaria com o seu desenvolvimento naturalmente. Além de que, meu marido gostava da ideia de fazer daquilo uma grande surpresa para anunciar em uma próxima reunião de família, então foi mútua a escolha de manter minha gravidez em segredo.

Naquela mesma noite, estávamos tão contagiados pela emoção de sermos pais, que a comemoração acabou se estendendo até a nossa cama, e, não só foi a primeira vez em dois meses que resolvemos transar, como foi a primeira vez que Seungmin fez algo inédito naquele contexto.

Após tirarmos nossas roupas e nos beijarmos em meio às cobertas, meu marido, de repente, deslizou seus lábios até o meu pescoço, foi dando beijos dele até o meu peito e foi descendo por baixo do edredom... até que seus carinhos alcançassem a minha barriga. Estava óbvio o que ele estava fazendo, saber que já havia um bebê ali, tinha lhe emocionado tanto, que Seungmin acabou suavizando seus toques por mim. No entanto, por mais que aquela atitude me comovesse um pouco, eu não conseguia desassociá-la do seu irmão, que havia feito exatamente igual na única vez em que nos amamos.

Ainda que esse pensamento me assombrasse, eu nem cogitei interromper o que estava fazendo, pois comecei a pensar que aquela poderia ser a minha chance de ter o melhor dos dois mundos: obter o tipo de afeto que eu desejava e manter meu casamento ao mesmo tempo.

Porém, mesmo que fosse bom, aquele cenário ainda não estava completo, porque mesmo que suas carícias pelo meu corpo fossem prazerosas, eu apenas gostava de Seungmin, mas ainda não o amava. Seria capaz de me apaixonar por meu marido, agora que eu já estava apaixonada pelo seu irmão? Era possível desenvolver tal sentimento por duas pessoas diferentes? Eu não fazia ideia, mas também não era como se eu tivesse escolha, afinal, já estava presa a Seungmin pela instituição do casamento, ainda mais agora que ele seria pai do filho que eu estava esperando. Então, independente de se eu conseguiria amá-lo ou não, era melhor somente aceitar a situação do jeito que fosse.

Nas semanas seguintes, fora do seu horário de trabalho, Seungmin sempre se atrasava um pouco para voltar para casa, e quando chegava, nunca era de mãos vazias, ou trazia algum presente para mim ou alguma coisa relacionada ao bebê.

- Não é meio cedo para isso? - perguntei, quando ele depositou sobre o sofá uma tartaruga de pelúcia grande e azul, que tinha metade do meu tamanho.

- Nunca é cedo para o primeiro Pokémon  - disse ele.

- Ah, é? Eu nunca tive um.

- Você nunca teve um? - indagou, um tanto abismado.

- Nunca.

- Vou te comprar um então.

- Prefiro uma joia.

Seungmin estreitou os olhos, mas havia um sorriso no canto dos seus lábios.

- Do jeito que você está comprando como se não houvesse amanhã - comentei -, daqui a pouco não vamos mais conseguir transitar pela sala e pelo nosso quarto.

- Eu já estou dando um jeito nisso.

- Bom saber. Aliás, essa é a primeira coisa azul que você compra - falei, indicando a pelúcia -, eu notei que todo o restante, até então, foi só em cores consideradas neutras de gêneros.

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