Capítulo 58 - Noites de lamúrias

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Han

Devia ser solitário para Lee Na, uma vez que todos os finais de semana, ela acabava passando sozinha, sem Felícia, sem a irmã - porque a mesma precisava ficar de olho na sobrinha por ela - e sem nem poder contar com a minha companhia também, já que sábado e domingo eram os dias da semana que eu tinha para poder me dedicar aos meus filhos em tempo integral. Fora que se eu arranjasse o que fazer no fim de semana, Hyunjina suspeitaria das minhas ações, e eu não estava com vontade de lidar com isso.

Eu costumava visitar Lee Na uma vez por semana e com a duração de apenas uma hora, que era o tempo que eu tinha disponível para almoçar. Uma vez que outra, eu acabava extrapolando esse horário, mas não abusava demais, pois não queria levantar questionamentos no meu trabalho também. Porém, uma hora por semana era muito pouco para vê-la, e pensando em poder me fazer mais presente, além de também poder matar a saudade que eu sentia, tanto dela quanto de minha sobrinha, comecei a cogitar aumentar o meu número de visitas durante meus almoços, só precisava conversar com Lee Na para saber se ela estaria de acordo.

Naquela sexta-feira à noite, minha esposa estava diferente dos outros dias, dava para escutar seus movimentos na cozinha, mesmo estando em outro cômodo. Era um baque sempre que colocava uma panela nova sobre o fogão ou cortava algo sobre a tábua de carnes, eu chegava a sentir um calafrio toda vez que um novo estampido vinha pela porta aberta, então parei na sala, à certa distância dali, para observar Hyunjina enquanto ela se movimentava quase agressivamente.

- Pai, o que você fez? - perguntou Changbin, parando ao meu lado com um ar de deboche e cruzando os braços sobre o peito.

- Fiz?

- É... mamãe está com raiva de algo que você fez, não foi?

- Eu nem falei com a sua mãe hoje de tarde.

- Talvez seja por isso então - Binnie sorriu desdenhoso para mim, achando graça na própria ousadia em rir às minhas custas. A cada ano que passava, ele não crescia em altura, mas amadurecia a própria audácia, perdendo o receio comum de ser repreendido por provocar os pais.

- Deixe de ser bisbilhoteiro e vá chamar o seu irmão para jantar, eu vou ver se a sua mãe quer ajuda.

Changbin assentiu com a cabeça e saiu atrás de Chan, e eu me arrisquei a entrar na cozinha.

- Baby - chamei, vendo Jina de costas em frente ao balcão da cozinha e esperando que ela não estivesse com uma faca na mão -, você precisa de ajuda com o jantar?

- Não, obrigada - respondeu secamente, sem se virar para me olhar.

- Eu vou colocar a mesa então.

- Certo. 

Alguma coisa tinha acontecido para ela estar se comportando daquele jeito. Hyunjina e eu não andávamos tendo mais um contato caloroso ou romântico, mas, no geral, convivíamos pacificamente em nosso cotidiano, ainda mais depois que ela tinha começado a me trair, pois como devia sentir certa satisfação ao fazer isso, acabava agindo de forma agradável e com mais bom humor. A frieza extrema que a envolvia nesse momento, não era normal e provavelmente tinha algum motivo por trás.

Jantamos abaixo de um silêncio mórbido, os garotos pareciam receosos e eu não sabia muito bem o que fazer para quebrar o gelo. Logo que Changbin se retirou para estudar e Jina foi colocar Chan na cama, eu fui para o nosso quarto e vesti meu pijama para me deitar cedo também, tomando meu filho mais novo como exemplo, mas assim que a mãe dele entrou no quarto, acendendo a luz de súbito, eu desisti daquela ideia por um tempo e me sentei contra a cabeceira da cama, tentando iniciar uma conversa com minha esposa, enquanto ela procurava algo no armário.

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