Capítulo 38 - Mil rosas roubadas

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Lee Na

Os dias seguintes se passaram sem que nada mudasse muito, minha relação com Seungmin acabou dando uma amornada desde que percebemos que nossos sentimentos estavam fadados ao fracasso e, aparentemente, o irmão dele também não fez progressos, pois as cobertas dobradas sobre o sofá da sala todos dias de manhã eram um atestado de que Han ainda não tinha conseguido retornar ao próprio quarto.

Logo que chegou o fim de semana, meu cunhado esperou até que tivéssemos as duas primeiras refeições de sábado e resolveu sair logo após o almoço, sem dar pormenores da escapada que planejara, mas entrando em contato comigo pelo celular para pedir ajuda, assim que estacionou o carro de volta na garagem.

Sem saber com o que estava prestes a lidar, fui ao seu encontro, e quando coloquei meus olhos no veículo, ficou escrachado o motivo pelo qual Han havia me pedido para ir até ele, sem falar nada para ninguém.

- O que foi isso? - perguntei, ligeiramente abismada ao notar o carro lotado de flores em seu interior. - Você resolveu assaltar uma floricultura?

- Você me disse para não fazer algo genérico, um só buquê seria genérico.

- Eu disse para você não comprar flores genéricas... que, pelo jeito, foi o que você fez. Rosas vermelhas, sério?

- São as favoritas dela.

- Jura? Que falta de personalidade... tem certeza disso?

Não bastasse eu ter que aceitar que Hyunjina sempre estaria na mente de Seungmin quando ele me beijasse de verdade, agora eu também estava ajudando o cara que eu amava a reaver a afeição daquela mulher... será que a minha vida poderia ficar mais estranha do que isso?

- Aqui está a prova - Han me entregou o telefone pela janela do carro e eu parei para prestar atenção na imagem que aparecia na tela, que era um compilado de desenhos e pinturas de flores, em que boa parte delas eram rosas vermelhas.

- O que é isso? - indaguei.

- São os quadros dela.

- Sua mulher pinta?

Han confirmou com a cabeça.

- E ela decidiu ser dona de casa por quê? - questionei, perplexa. - Se eu tivesse um talento como esse, já seria proprietária de uma galeria de arte e não precisaria ter me casado com o seu irmão.

- Você me ajuda a tirar Hyunjina de casa para que eu possa levar as flores lá para dentro? - questionou ele, ignorando o meu sarcasmo.

Abri mais os meus olhos, surpresa com aquela solicitação, apesar de já estar esperando alguma coisa do tipo.

- Eu!? - perguntei. 

- Eu não sabia para quem mais pedir.

- E aí você pede para a mulher a quem você se declarou outra noite... 

Respirei fundo e cruzei os braços.

- Me desculpe, eu estou muito perdido - admitiu Han -, já não sei bem o que estou fazendo... por isso tentei ir atrás da sua dica.

- Eu vou ver o que posso fazer.

Aquela era uma situação difícil, eu tinha de fato tentado ajudar quando lhe dei a ideia de comprar flores para a esposa, mas não esperava vê-lo colocando em prática aquele pedido de desculpa e muito menos ter que ajudá-lo com aquilo. Eu chegava a me sentir revirada por dentro, mas não havia muita escolha ali, afinal, eu queria estar bem com meu marido e para ter certeza de que isso continuaria rolando, seria bom fazer com que o outro casal voltasse à paz e não cruzasse mais os nossos caminhos, apesar de que... no fundo... não era bem isso que eu desejava.

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