Capítulo 51 - Nada memorável

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Lee Na

Deixei que Seungmin passasse a noite conosco e depois de limparmos a sujeira que Felícia tinha feito com o bolo, voltamos a nos deitar com ela entre nós dois. Eu continuava chateada com ele e sabia que esse sentimento demoraria a passar justamente porque eu já tinha criado um laço afetivo muito forte por Seungmin e, com isso, o meu desapontamento acabava sendo ainda maior quanto ao que ele havia feito.

Acordei sentindo um dedo me cutucar e quando abri os olhos, percebi que Felícia já não estava fazendo seu papel de delimitar um espaço entre os nossos corpos, pois eu estava deitada de lado na cama, bem de frente para Seungmin, que estava deitado de barriga para cima, e eu estava tão próxima a ele, que chegava a tocá-lo.

- Onde está Felícia? - perguntei, erguendo meu olhar para ele, já que tinha sido quem me despertara.

- Mais para cima - disse Seungmin, com um ar de quem estava achando graça de algo.

Levantei levemente o tronco do meu corpo sobre a cama para poder enxergar minha filha, nisso, percebi que eu tinha escorregado do travesseiro. Já Felícia, ela estava de pé sobre o mesmo, apoiando suas mãos na parede para manter o equilíbrio. 

- Ela está explorando - comentou Seungmin, ainda sorrindo por prestar atenção no jeito desengonçado da filha.

- A autonomia dela tem começado a me assustar de vez em quando, ela está ficando muito esperta.

- Pois é, quando não se movia muito bem, era fácil deixá-la dormindo no próprio quarto, mas agora eu não conseguiria fazer isso, porque se ela resolver tentar sair do berço, é melhor estar por perto para acudi-la.

- Você vai levar o berço para o seu quarto?

- Para o nosso quarto.

- Para, Seungmin. Eu não vou voltar - falei, voltando a deitar minha cabeça sobre o colchão.

- Por favor - implorou ele, com uma voz falsamente doce, virando de frente para mim e me puxando para perto do seu peito em um abraço.

- Não.

Embora que eu o estivesse recusando, as mãos dele deslizaram sobre a minha camisola e ele desceu mais na cama, para seu rosto alcançar a altura do meu pescoço, passando a beijar a minha pele furtivamente. E mesmo que aquela provocação me instigasse muito a ceder, continuei me mantendo firme em negá-lo.

- Para com isso - ordenei, colocando minhas duas mãos no peito dele e usando de apoio para ir para trás e quebrar o abraço que me mantinha presa. - Você está dando a ideia errada para nossa filha, nós não estamos mais juntos. E tem outra coisa, mesmo que estivéssemos, estamos na presença de um bebê, não seria nem a hora adequada para me tocar assim.

- Ideia errada é você insistir em ficar aqui, e não uma demonstração de amor.

- Que amor, Seungmin? Isso aí é pura luxúria da sua parte, pois se você me amasse, não teria me traído tantas vezes. Mas ter noção disso nem é o pior desse caso, o pior é que até agora você nem pensou em me pedir desculpas.

- Pois você também nunca me pediu desculpa por ter me traído com meu irmão e eu te perdoei mesmo assim.

- E nem vou pedir, o que você fez não tem nem comparação.

- Tem certeza? Pois o que você fez pode ter gerado um fruto, o que eu fiz, não.

- Eu não acredito que você está questionando isso em pleno aniversário da Felícia! - exclamei, elevando a minha voz e me levantando da cama. - Seungmin, eu já te disse, ela é "sua" filha. Mas, se você duvida, eu posso muito bem ser mãe solo dela, pois eu a amo de verdade.

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