Capítulo 53 - Pingos nos is

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Lee Na

Com a benção daquele reencontro, finalmente dei o braço a torcer e voltei a me comunicar com Han por mensagens, afinal, não tinha nada de mais em fazer isso, eu era uma mulher separada e ele não estava tentando forçar flertes para cima de mim, fora que eu andava muito sozinha e um amigo seria bem-vindo nesse momento.

Começamos aos poucos, envios aleatórios no decorrer da semana seguinte. Basicamente, o que eu fazia era copiar o que tinha enviado para Jeongina e colar para Han, porque as atualizações que eu passava para ela, eram sempre fotos e vídeos do dia a dia de Felícia, e como não tinha muita ideia do que falar com meu ex-cunhado, mas ele parecia gostar de receber novidades sobre a sobrinha, segui mandando aquilo esporadicamente. Eu sabia também que Jeon mostraria para Seungmin cada foto e vídeo de Felícia que recebesse, e mesmo que eu continuasse muito revoltada pela traição dele e pelo corte dos recursos financeiros, eu não queria que meu ex-marido perdesse o cotidiano da filha, então não privei minha irmã de comunicar a ele tudo que a menina fazia junto a mim.

Fazia muito tempo que eu não parava para pensar que existia a possibilidade de Felícia não ser biologicamente filha de Seungmin, eu já tinha martelado tantas vezes para ele, o discurso de que era o verdadeiro pai dela, que acabei internalizando essa teoria também, mas, de certa maneira, rever Han me fez lembrar dessa questão, ainda mais após ele ter se conectado tão facilmente com minha filha.

Na sexta-feira seguinte, ao meio-dia, Han me ligou pela primeira vez, e eu, surpresa e curiosa com aquele chamada, atendi assim que vi seu nome na tela do celular.

"Boa tarde", disse ele.

- Boa tarde. Está tudo bem?

"Está. Eu queria saber uma coisa...", respondeu, parecendo não saber bem como abordar o assunto, "vocês já almoçaram?"

- Não, ainda não. Eu me enrolei arrumando a casa pela manhã.

"Oh, que bom."

- O que tem de bom em fazer faxina?

"Eu quis dizer 'que bom que vocês não almoçaram', porque estou aqui embaixo com o almoço."

- Você está no prédio? - questionei, ligeiramente lívida ao saber daquilo.

"Do lado de fora dele, ainda. Eu tentei interfonar para o seu apartamento, mas não funcionou."

- Que ótimo, agora o interfone também não funciona...

"Também?"

- Eu vou descer para abrir para você.

"Okay."

Felícia estava brincando no chão, rodeada por almofadas que eu tinha deixado em torno dela, então me apressei para ir ao quarto e me vestir minimamente adequada, coloquei um vestido e escovei o cabelo com pressa, mas decidi ir de pantufas mesmo, porque colocar um sapato seria demais.

Mesmo que minha filha estivesse tranquila no mesmo lugar e eu levasse no máximo uns três minutos para descer no térreo, resolvi levá-la comigo, pois não queria correr o risco de que ela se acidentasse caso resolvesse tentar andar sozinha pela casa nesse meio tempo.

Abri a porta de entrada do prédio, já acostumada a fazer isso com Felícia em meus braços, mas deixei que fosse Han a empurrá-la, pois eu não teria força nem destreza para puxá-la para trás naquela conjuntura.

- Oi, bebê - disse ele logo de cara ao ver Felícia. - Oi, Lee Na, você está bem?

Han fechou a porta e começamos a andar até o elevador.

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