Capítulo 33 - Ódio fraterno

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Seungmin

Assim como dois mais dois somam quatro, logo que Hyunjina me contou sobre o caso que Han havia tido, ficou bem óbvio para mim, que tinha sido com a minha esposa. Jina talvez não soubesse da identidade da amante, mas para ela afirmar que meu irmão a estava traindo, era porque tinha provas sólidas disso, afinal, minha cunhada não espalharia apenas uma suspeita por aí. Para ter me confessado tal desgosto, era porque tinha certeza de que aquilo havia ocorrido.

O seu relato me dava a conclusão que eu mesmo buscara esse tempo inteiro, já que desde a viagem passada, eu presenciara os olhares e pequenos gestos entre Lee Na e Han, além de que eu duvidava muito que existisse outra pessoa na parada - minha mulher era a única por quem meu irmão enfim fraquejaria, uma vez que ele tinha o anseio de tocar tudo pelo qual eu demonstrasse dar valor, e era por isso que eu não sentia nem um pingo de culpa por ter me envolvido em um beijo fora do meu casamento, na verdade, acabava sendo um troco muito pequeno ainda para a infidelidade dos dois.

No entanto, eu não tinha como saber se a traição se estendera à cama ou não, pois não havia diálogo que os fizesse confessar isso, e ter esse esclarecimento também não mudaria nada para mim, desde que as coisas continuassem no mesmo lugar e ninguém resolvesse se atravessar no meio do meu caminho.

Embora eu pensasse assim e não me arrependesse de ter beijado Hyunjina durante aquela tarde, a minha leviandade não deixava de ser uma grande auto sabotagem, eu mesmo havia sido a pessoa a prejudicar o meu presente, porque Lee Na tinha razão, ela estava seguindo as minhas ordens com dedicação, e eu poderia estar virando essa chave agora e fazendo com que minha esposa voltasse a se rebelar como no passado, por conta da minha atitude desatenta para com ela. Se Lee Na resolvesse sair da linha outra vez, a culpa seria toda minha, no entanto, eu não me sentia mal por esse primeiro risco de invocar a sua ira, pois aquele dia tinha valido a pena, independente do revés que me causasse.

Não tinha como enxergar de outra maneira, beijar Hyunjina tinha sido um sonho realizado, um sonho que eu nem acreditava que um dia pudesse realmente acontecer. Por mais que a ocasião não fosse a melhor, afinal, Jina estava abatida pela tristeza que meu irmão causara a ela, ainda assim, havia sido muito melhor do que eu imaginara por tantos anos, e agora eu teria que aprender a viver com a consciência de que só poderia guardar aquele prazer na lembrança e nunca mais vivenciá-lo novamente.

Ambas as mulheres se fecharam em seus quartos, após a breve discussão que rolara no corredor, eu tentei fazer com que minha esposa voltasse atrás e me deixasse passar aquela noite em sua companhia, mas tinha sido em vão, e quando saí pela porta outra vez, avistei Han adentrando o quarto de hóspedes.

Tendo em mente que ele provavelmente já tinha se decidido por dormir ali, rumei em direção à sala de estar e sentei no sofá, respirando fundo e pensando sobre como poderia fazer para resolver aquela situação no dia seguinte. 

Não deu dois minutos e meu irmão apareceu ali também, carregando dois travesseiros consigo.

- Peguei para você - disse ele, entregando-me um dos travesseiros.

- Achei que você já tinha se retirado para dormir no quarto de hóspedes.

- Você é visita aqui em casa, Minnie, você que deveria ficar com o quarto de hóspedes, mas como você veio para a sala, eu resolvi te trazer um travesseiro, porque não sabia se ia querer mesmo ir para o quarto.

Nos entreolhamos em total seriedade por um tempo e então Han se sentou ao meu lado no sofá.

- Sinto muito pela sua briga com a Lee Na - disse ele.

Nem que eu tentasse, conseguiria segurar meu sorriso irônico.

- Sente, é?

- Aceite a minha compaixão e deixe de ser infantil - retrucou Han.

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