Capítulo 49 - Amor de irmã

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Lee Na

Durante todo aquele tempo, a traição estava acontecendo debaixo do meu nariz e eu não fui capaz de enxergar, mas talvez fosse porque eu estava sofrendo de visão de túnel e só captando vislumbres da vida pela qual eu estava apaixonada.

Não apenas fazia sentido, como Seungmin estava sempre de bom humor quando me encontrava, como aquela traição também respondia agora por que Hyunjina havia perdoado Han tão rápido, afinal, a mente dela já não estava mais nele, pois estava ocupada demais em fantasiar com meu marido.

Era sempre aquela mulher no fim, a escolha de todos, e a mim só ficavam as sobras - o que eles podiam me dar sem prejudicar a relação que tinham com ela.

Mas talvez esse pensamento fosse um pouco injusto, porque mesmo que Seungmin tivesse me traído durante tantos meses, ele nunca me deixara faltar, nem como chefe de família, nem como homem, mas isso não importava agora, uma vez que o voto de confiança que eu tinha por ele, já havia se quebrado totalmente.

Devia estar sendo incrível para ele, ter uma vida agradável em família dentro de casa e ainda viver o romance dos sonhos fora dela. Enquanto isso, a única vez em que eu me aventurara a ter um caso extraconjugal, vivi a compensação da minha carência de um lado e na base de medo e ofensas do outro, sem saber como seria o dia de amanhã...

Ainda que eu tivesse deixado aquela casa de maneira totalmente decidida, foi torturante deixar o lugar que eu considerava ser o meu lar, mas pelo menos eu não estava indo embora sozinha, minha filha estava comigo e isso era tudo que importava.

Ainda era cedo, mal tinha iniciado a tarde, mas a sensação era de que o dia já tinha se acabado e tinha dado muito errado, porque durante aquela viagem, eu estava literalmente sem chão, em todos os sentidos possíveis que essa expressão poderia abranger, eu não possuía um local para onde ir e ainda teria que quebrar muito a minha cabeça para descobrir como levar minha vida a partir dali. Era como se eu estivesse retrocedendo meus passos e voltando a ser a garota perdida que havia terminado o ensino médio e não tinha futuro algum pela frente.

Pedi que o motorista nos deixasse em um hotel decente, e assim que fiz o check-in, resolvi deixar pago o aluguel para uma semana, para me dar tempo de resolver o que fazer. Escolhi um quarto com cama de casal porque fiquei com medo de dormir em uma cama separada de Felícia, pois temi que se ela ficasse sozinha em um espaço sem proteção ao redor, pudesse acabar caindo e se machucando, e estando na mesma cama que eu, ficaria próxima ao meu corpo e mais fácil de cuidar para que não chegasse perto da beirada do colchão.

Logo que me alojei no quarto e lidei com todas as necessidades de minha filha, Jeongina me ligou, e parecia quase como se a mente dela estivesse sintonizada com a minha, já que foi bem na hora em que me sentei na poltrona e descansei minha cabeça no encosto dela.

"Unnie, está tudo bem? Onde você está?"

- Estamos bem, resolvi ficar provisoriamente em um hotel.

"Eu nem consegui me despedir como queria, será que podemos nos encontrar amanhã? Eu quero te dar uma coisa."

- A gente ainda vai se ver bastante, Jeon, fique tranquila.

"Por favor", insistiu ela. "Eu quero que você fique com o meu cartão, eu economizei bastante e sei que o dinheiro pode ajudar."

- Ajudar? Eu agradeço por você pensar em mim, mas por que você está me ofertando isso? Seungmin falou alguma coisa?

"Ele não precisa falar nada para que a gente suspeite, ele é homem."

- Você acha que ele vai bloquear os meus cartões, não é?

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