Capítulo 41 - Pétalas ao chão

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Hyunjina

Aquela era de longe a coisa mais brega que já tinham feito para mim, mas tal julgamento não se estendia à intenção e ao esforço para fazê-la. O quarto estava lotado de rosas vermelhas por toda sua extensão, havia pétalas no chão e sobre a cama, assim como flores distribuídas unitariamente por eles também, além de grandes arranjos de buquês sobre os móveis. Estava claro que ali havia sido investida uma boa quantia de dinheiro, pois não era barato comprar flores hoje em dia, ainda mais naquela quantidade exorbitante.

- Você assaltou uma floricultura? - questionei, rindo daquele cenário logo que entramos no quarto e Han fechou a porta.

Meu marido olhou para mim, com seus olhos aumentando de tamanho ao me ouvir dizer aquilo, talvez surpreso por eu ter zombado de sua surpresa ao invés de tê-la elogiado.

 - Não era para você ver à luz fluorescente, eu ia acender as velas para ficar mais aconchegante, mas como não sabia quando vocês voltariam para casa, acabei não fazendo isso por medo delas derreterem ligeiro.

- E acender fogo no quarto fechado, sem ninguém dentro para vigiá-lo, também não seria a melhor das ideias, não é?

Ele assentiu freneticamente com a cabeça.

- Sim, você tem razão. Mas você gostou?

Pressionei um lábio contra o outro, mas não consegui conter o meu sorriso irônico.

- Eu achei engraçado... e cafona - admiti.

Han soltou uma risada abafada.

- Isso já está de bom tamanho para o meu gosto - disse ele. - Fazia tempo que eu não via você sorrir para mim, então aceito qualquer sorriso seu. Nós podemos conversar agora?

- Claro.

Com a minha resposta positiva, Han me puxou até a cabeceira da cama e subiu sobre ela, indo imediatamente para o lado que costumava ocupar e ajeitando os dois travesseiros rentes à parede para que pudéssemos nos sentar com nossas costas apoiadas contra ela. Espanei com minhas mãos o edredom, empurrando algumas pétalas para longe onde as minhas pernas se estenderiam, e enfim me sentei ao lado dele.

- Agora eu gostaria de ter me vestido melhor - disse meu marido, absorto em me fitar -, você está fantástica.

- Você não me elogia assim faz tempo, o meu visual não te agradava antes?

- Oh, não, nunca foi por algo assim. Eu que deixei de ter tato com você e peço perdão por isso. Você deixar de sentir que era amada, é culpa da minha sucessão de erros. Tudo que aconteceu foi culpa minha, inteiramente minha.

- Você já me disse essas coisas...

- E vou continuar dizendo e tentando te atestar de que eu posso ser melhor.

- Eu tenho receio, Han, de para onde estamos indo. É muito difícil voltar a confiar em ti. 

- Eu sei que eu errei muito feio, mas foi um deslize. Nunca antes eu tinha feito algo assim, você sabe disso.

- Sei? Como eu poderia ter certeza, agora que que já tomei consciência do que você é capaz?

- Eu seguirei provando para você, até o final da minha vida se for preciso.

- Sinceramente, eu não me importo muito com o que você me fez sentir, eu só não queria ter que submeter os meninos a viverem o caos de um divórcio desgastante. O fato de não me sentir bonita suficiente ou desejada o suficiente por você, não é nada perto do medo que eu tenho do que nossos filhos viveriam se nós dissolvêssemos a nossa família. O bullying que eles sofreriam na escola quando descobrissem que seus pais são divorciados e a vergonha se algum de nós viesse a se relacionar com outras pessoas no futuro. Eu não quero que Chan e Changbin vivam esse desgosto por nossa causa, você sabe como é pesado o julgamento quanto a isso aqui na Coreia.

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