Capítulo 43 - Em rota de fuga

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Seungmin

Lee Na se tornava diferente quando demonstrava carência, ela parecia mais frágil e menos segura, mesmo que isso durasse apenas durante alguns lapsos em que deixava de lado sua personalidade forte. Seu pedido por atenção era enrustido, mas no momento em que ela se deixava levar pelo carinho que estava recebendo, era como se seu corpo se livrasse de toda a tensão que geralmente ela mantinha para aparentar autoconfiança, e, com isso, ela amolecia e se rendia aos meus braços. Vivendo aquela perspectiva diferente, percebi que gostava de tê-la daquela forma, porque me fazia sentir necessário, já que na maior parte do tempo, ela agia como se não precisasse realmente de mim.

- Você já está acordado? - perguntou ela, ainda de costas para mim como quando nos deitamos para dormir.

- Estou.

Minha esposa se moveu e eu soltei meu braço da sua cintura, para que ela pudesse se virar.

- Bom dia - falou, ao trocarmos olhares novamente.

- Bom dia - respondi, percebendo que ela parecia estar de bom humor. - Você já quer ir tomar café?

- Ainda não - disse ela, e então veio de encontro ao meu peito, descansando a cabeça sobre ele. - Vamos ficar aqui só mais um pouco.

- Okay. Felícia já acordou?

Lee Na riu, de maneira um tanto contida.

- Eu suponho que sim.

- E ela está feliz por ontem? - indaguei, obviamente usando nossa filha como pretexto para saber se a mãe dela se sentia melhor.

- Ela está - respondeu baixinho, quase timidamente.

Passei meus dedos por seus cabelos e beijei o topo da cabeça dela.

- Que bom, foi uma boa noite - comentei.

- Você precisa de um carro maior - disse aleatoriamente, erguendo o olhar para me fitar.

Acabei rindo daquela sugestão tão repentina.

- Sim, você tem toda razão.

Permanecemos mais um tempinho ali, apenas deitados juntos e compartilhando toques singelos, até que finalmente decidimos levantar e nos ajeitar para ir para a sala. 

Logo que chegamos, já demos de cara com Hyunjina arrumando a mesa do café da manhã.

- Bom dia, noona. Você precisa de alguma ajuda? - perguntei, tentando ser solícito.

- Bom dia. Não será preciso, Minnie, já estou quase terminando aqui, mas obrigada. Vocês podem ir se sentando à mesa.

Assenti com a cabeça e já fui puxando uma cadeira para Lee Na se sentar, e assim que ela o fez, olhou para mim, com uma cara de quem caçava se o oferecimento da minha prestação de serviços para minha cunhada, teria algo por trás além de uma simples ajuda. Eu apenas sorri com leveza para ela, esperando que o seu ar de desconfiança se esvaísse com aquela resposta silenciosa.

Lee Na já tinha deixado claro ser consciente dos meus sentimentos por Hyunjina, ela até mesmo já tinha comentado não ligar para isso em determinados momentos que estávamos a sós, e, por não me amar, até então minha esposa não tinha sentido grande incômodo com o fato de eu ser rendido por aquela mulher, mas talvez depois da noite passada, isso pudesse ter mudado um pouco, pois ela tinha acabado de sentir que Han deixara de admirá-la para voltar a olhar para a própria esposa, e se eu também estivesse no jogo por Jina, Lee Na poderia ter dois a perder.

Cuidei para não deixar meus olhos se distraírem demais enquanto Hyunjina continuava a servir a mesa, pois ela estava tão deslumbrante quanto no dia anterior, talvez até mais, pois a recuperação da sua autoestima traria o seu brilho de volta mais intensamente a cada dia. Porém, por mais que eu amasse poder contemplar o seu esplendor, Lee Na estava com o ego tão ferido por causa disso, que achei melhor moderar o meu olhar.

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