Capítulo 30 - Uma troca de ares

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Hyunjina

Seungmin e meus sogros foram os primeiros a sair, uma vez que meu cunhado daria carona a eles de volta para casa. Logo em seguida, terminei de arrumar a mochila de Chan e me certifiquei de que ambos os meus filhos estivessem prontos para irem para escola, e após despachá-los para o carro, Han me abordou na porta de casa, falando baixo.

- Eu vou direto para o trabalho depois - avisou -, prometo que não farei nada.

- Promete fazer o mínimo então? Que ótimo, é um grande avanço - ironizei.

- Eu não queria ter sido colocado nessa posição, foi contra a minha vontade levar Lee Na.

- Jura? Pois você não moveu um dedo para escapar disso, não foi?

- Só aceitei para não parecer rude em frente a todos... mas não se preocupe, a presença dela não vai ser relevante.

Na mesma hora em que meu marido falou, sua cunhada apareceu pronta na entrada da sala, trajada em um vestido leve, com o cabelo bem escovado e carregando uma bolsa. Ainda que desse para reparar que não tinha se esforçado muito para se arrumar, Lee Na estava bonita como de costume, sua beleza era natural e inquestionável, e quase me fez lamentar que eu mesma não tivesse dado tanta atenção à minha própria aparência naquela manhã.

- Não é com ela que eu me preocupo - respondi para Han e abri espaço na porta para que ambos passassem.

Meu esposo baixou os olhos, da mesma forma constrangida que sempre fazia quando estava perto de mim ultimamente, e após Lee Na passar por mim, eu me dirigi a ela antes que se aproximassem do carro.

- Divirtam-se - falei, ostentando um sorriso tão falso, que ela entenderia na mesma hora que eu estava sendo extremamente sarcástica.

Minha cunhada apenas me fitou com um olhar ligeiramente curioso, assim como Han o fez por eu estar praticamente revelando que sabia daquela traição, mas nenhum dos dois tentou dizer algo, apenas seguiram em frente, e eu voltei para casa antes que o carro partisse.

Ainda com os mesmos pensamentos pairando em minha mente, fui até o meu quarto e sentei sobre a banqueta da penteadeira, abrindo as gavetas dela e verificando os produtos que eu tinha ali. Peguei alguns dos cosméticos e depositei sobre a mesa, e quando parei para olhar minha imagem no espelho, percebi o quão para baixo eu estava me sentindo com relação ao meu visual, após ver Lee Na com aquele ar tão jovial e o brilho que adquiriu com a gravidez, enquanto eu... sentia que precisaria investir em uma maquiagem bem feita para me sentir bonita à altura.

Mesmo que eu não quisesse me apoiar nos cosméticos, dei o braço a torcer, só para ver se eu me sentiria melhor depois de usá-los, e fiz uma cobertura leve de base sobre a pele do meu rosto, mascarando as olheiras de tantas noites mal dormidas. Passei rímel nos cílios e um lip balm para hidratar os lábios e colori-los de leve, mas embora eu achasse ter ficado um pouco mais decente depois disso, também fiquei mal por ter que recorrer à uma beleza forjada para me sentir bonita. Eu sabia que na verdade o meu problema não era o lado de fora, era o meu lado de dentro que estava partido, e nada me faria sentir bem, pelo menos não até que minhas aflições se resolvessem.

Levantei dali e fui até o armário, puxando um ou outro vestido que estavam pendurados ali. Nenhuma cor parecia combinar comigo, mas talvez fosse eu que não me identificasse com uma vida colorida no momento. Então, quando minha mão deu de encontro com o preto, acabou sendo ele o escolhido para tirar do cabide.

Fechei a porta do armário, parando defronte ao espelho que tinha nela, e coloquei o vestido em frente ao meu corpo para poder visualizar como que eu ficaria nele. Preto não era uma escolha ruim, porque meu tom de pele não soava pálido perto dessa cor, porém, os detalhes em dourado daquele modelo pareciam demais para alguém que só pretendia ficar em casa.

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