Capítulo 37 - Na onda do bom senso

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Seungmin

Ali estava a evidência incontestável de que eu amava outra mulher, claro que isso nunca tinha sido um segredo para mim, mas pelo que Lee Na havia me pedido para imaginar enquanto nos beijássemos, parecia que ela já tinha reparado por conta própria que jamais ocuparia aquele lugar em meu coração.

Eu a beijava com minha cabeça a reprisar os curtos minutos em que pude tocar os lábios de Hyunjina, e essa era definitivamente a minha sina, apenas recordar aquele breve momento de satisfação e projetá-lo sobre a boca daquela com quem havia me casado.

Continuamos a nos beijar ternamente, até que acabamos nos deitando na cama. Era óbvio que estava sendo maravilhoso poder tocá-la com tanta afeição, só que não era verdadeiramente Lee Na que eu estava tocando, pelo menos não em minha mente, e foi quando desencostamos nossos lábios e enfim abrimos os olhos, que todo aquele transe acabou passando.

- Foi bom? - perguntou minha esposa.

Eu assenti, mas não lhe respondi verbalmente, pois ainda estava assimilando o fato de que não era ela quem eu gostaria de ter em frente a mim naquele momento.

- Esse último foi o melhor? - continuou com o questionário.

- Foi.

Ela colocou um sorriso consternado nos lábios.

- Certo... - disse apenas, baixando os olhos para o colchão.

Ela sabia, estava bem na cara que aquele beijo tinha lhe respondido todas as dúvidas que pudesse ter quanto aos meus sentimentos, e Lee Na entendia agora que jamais teria o meu amor de verdade.

Eu não fazia ideia do que poderia estar se passando em sua cabeça, ela parecia cabisbaixa, mas eu não conseguia acreditar que fosse por finalmente tomar consciência definitiva daquilo, afinal, ela também não nutria fortes sentimentos por mim, então talvez estivesse processando consigo mesma a escolha de ter colocado seu futuro financeiro em primeiro lugar, acima da sua felicidade conjugal, e se arrependendo disso tardiamente.

Passei a mão com leveza em seu rosto e ela voltou a me olhar.

- Me desculpe - falei, sem lhe dar o motivo por trás daquele pedido.

Lee Na movimentou a cabeça em concordância, mas não disse nada, permanecendo com a mesma expressão lamuriosa no rosto.

- Você quer que eu durma no outro quarto hoje? - perguntei.

- Não... está tudo bem, você pode ficar aqui.

Apesar de ter dito aquilo, eu sentia que ela só estava realmente me deixando ficar porque não queria que brigássemos outra vez, não porque realmente me desejava ter ali consigo. O seu semblante desapontado não mentia, Lee Na estava chateada por perceber de vez que éramos incompatíveis romanticamente e que nada mudaria isso. Se ela desejava amor, infelizmente, tinha tomado a decisão errada ao se casar comigo.


***

Lee Na

Não era fácil, na condição em que eu estava, escapar de ficar emocionalmente abalada com certas situações. Talvez eu estivesse sobrecarregada demais pelo medo do meu futuro e fosse isso que estivesse implicando nas minhas emoções, ou talvez eu estivesse com saudades de certos sentimentos e ter a certeza de que não poderia vivê-los, me deixava ainda mais para baixo.

Escolhas... a vida era feita delas e eu tinha feito as minhas, algumas impulsivamente, mas todas pensando em poder me sentir um pouco melhor. No entanto, para onde elas tinham me levado?

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