57- Certezas e Dúvidas

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(Dallelah's Pov)

Me mantenho de cabeça baixa, ouvindo tudo em silêncio, mas não evitando que algumas lágrimas escorram por meu rosto.

{Alucard} -Então... Foi isso... Eu... Sei que palavras não são o suficiente, mas... -Ele então se levanta, e se ajoelha em minha frente, segurando ambas as minhas mãos, de cabeça baixa. -Eu espero que um dia possa me perdoar.

{Dallelah} -Perdoar você?

{Alucard} -Sim. Eu falhei, e isso lhe causou algo irremediável, quase que irreversível. Eu não deveria ter permitido que isso acontecesse. Como já disse, espero que um dia, possa me perdoar por todo o dano que lhe causei.

O olho por alguns instantes, sem saber o que dizer, mas tendo uma plena certeza, ninguém aqui, teve culpa de nada, a não ser eu mesma.

Engulo seco, me soltando de suas mãos, e me ajoelhando ao seu lado.

{Dallelah} -Não faz isso... Não foi culpa sua... -Falo baixo, segurando seu rosto gelado para que me olhe, mesmo que eu ainda tenha lágrimas escorrendo pelo meu rosto, e odeie que me vejam assim. -Ei... Olha para mim, não foi você... não... Não foi você... -Falo trêmula. -Foi culpa minha... Eu que bebi e deixei que ele se aproveitasse. Ele... Me sujou... Quase me desgraçou por culpa minha, única, e exclusivamente minha, entendeu?! Fui eu...

(Alucard's Pov)

A olho com certo receio, sentindo que não deveria fazer isso, me sentindo ainda pior, ao ver seu rosto vermelho e molhado em lágrimas, ouvir sua voz chorosa e sentir suas mãos trêmulas e quentes segurando meu rosto.

Estendo a mão em sua direção, enxugando seu rosto, segurando uma de suas mãos com minha mão livre.

{Alucard} -Não chore... Não é culpa sua, mas sim dele, foi ele. Seres como ele não merecem o ar que respiram, por isso devem ser mortos, ninguém, absolutamente ninguém tem culpa por um abuso, a não ser o abusador, ou quem poderia evitar o abuso e não o fez.

Ela me olha por alguns segundos, ainda chorando.

{Alucard} -Por favor... Vamos nos levantar? -Falo a levantando, a sentando na cama, me sentando ao seu lado, passando o braço ao redor dos seus ombros, com receio.

{Dallelah} -Não encosta em mim... Eu... Estou suja... -A ouço sussurrar baixando a cabeça

{Alucard} -Suja, de quê?

{Dallelah} -Não sei, eu me sinto suja, como se ... Talvez eu tenha suado enquanto dormia, ou, não sei eu... Sinto que preciso de um banho... Eu sinto que estou cheirando mal ou como se minha pele estivesse suja e pegajosa... Não encosta em mim...

{Alucard} -Não... Não está ... É imaginação sua. Está tão limpa e cheirando tão bem quanto sempre, se mesmo assim, quiser continuar pensando isso, pode deitar novamente, e eu volto a ficar ao seu lado, sentindo o toque de suas mãos e as beijando, acariciando seus cabelos ou fazendo o que quiser, mas por favor, não tente me afastar, muito menos deixe que sua mente lhe pregue peças... Me permita estar perto, só assim, poderei me redimir, garantindo que nada mais a acontecerá, não antes que eu morra. -Falo baixo perto de seu rosto, o acariciando com a palma da mão. -Mesmo que seja como seu servo, assim como deveria ser desde o início...

{Dallelah} -Meu servo? Por que... Está me falando isso?

{Alucard} -Porque... Eu não quero que se sinta mal, quero a ver bem, mesmo que isso signifique reformular a nossa relação, a levando para o nível que deveria ter desde o início.

Dear AlucardOnde histórias criam vida. Descubra agora