1- Recém chegada

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(Dallelah's Pov)


- Querido, não vá embora, não me deixe de novo - eu implorava em desespero - Por favor fique , eu estou com medo...

-Meu amor eu preciso ir, só assim eu vou conseguir proteger você, fique, e se esconda, eu prometo voltar logo- o homem de cabelos negros diz enquanto me abraça, em seguida depositando um beijo na minha testa e saindo.

Seguindo suas ordens eu me escondo dentro do grande armário de madeira ao canto do cômodo e tento abafar os sons do meu choro, após alguns minutos eu escuto alguém abrindo a porta do cômodo e aparentemente revirando tudo.

Eu estou com medo, meu coração dispara, quando de repente abrem bruscamente a porta do armário e um homem alto com um sorriso sádico no rosto me puxa para fora pelos cabelos .

-Meu senhor, eu encontrei, encontrei o tesouro do conde drácula. - dizia o homem em tom de comemoração enquanto segurava firme meus cabelos de modo que eu não conseguisse escapar.

Em fração de segundos um homem baixo, de cabelos loiros entra no cômodo.

-Ora, ora, a senhora é muito mais bela do que me contaram condessa , agora entendo o motivo pelo qual seu esposo zela tanto pela sua vida. - ele dizia enquanto passava a mão em meu rosto .

-O que vocês querem? Onde ele está? Onde está o meu marido? Por favor, levem tudo mas nos deixem em paz, eu imploro. - eu suplicava em meio a um choro desesperado

-Não tenha medo senhora - ele falava com um sorriso cínico no rosto - homens, tragam o marido dela.

Após alguns segundos, dois homens entram no cômodo segurando o "meu marido" , enquanto o baixo loiro continua com o seu sorriso cínico estampado em seu rosto, para ele, aquela situação era o momento mais feliz e estupendo de toda sua existência.

- Você já tem a mim, solte-a, ela não tem culpa dos meus pecados, e não merece pagar por eles- o meu suposto marido tentava negociar com o loiro que neste momento trocou o sorriso sínico por uma gargalhada.

-Você realmente acha que eu faria isso? Conde, seria fácil demais, eu quero machucar você onde dói, e eu sei que nada neste mundo é tão precioso quanto essa mulher.- nessa hora o homem loiro se afastou de mim e o que me segurava pegou meu braço e me jogou para o outro lado do cômodo , me fazendo bater com as costas e cabeça na parede.

-DESGRAÇADO - o homem de cabelos negros gritou - VOCÊ VAI PAGAR CARO POR ISSO, TODOS VOCÊS VÃO... NÃO... NÃO FAÇA ISSO, SAIA AGORA DE PERTO DELA... - eu escutava ao longe, como se esse som fosse só o último resquício de eco de uma caverna.

Minha visão estava turva, minha cabeça doendo e provavelmente sangrando já que eu senti algo quente escorrendo pela minha nuca.

Quando minha visão finalmente estabilizou eu vi o homem que antes me segurava vindo em minha direção novamente, eu tentei me levantar e correr, mas minhas pernas estavam fracas, eu estava assustada e a única coisa que consegui fazer foi chorar.

-Moça? - eu escuto uma voz feminina de fundo dizendo. - Moça, acorde... - a voz ficou mais alta, e então eu acordei .

- Desculpe acordar a senhorita assim, mas parecia que você estava assustada então eu achei que seria melhor se eu a despertasse- a aeromoça dizia em tom de preocupação. - está tudo bem?

-Ah, sim , eu estou bem sim, foi só um pesadelo, obrigada por me acordar querida. -eu agradeço com voz meio rouca, por ter dormido demais .

A moça sorriu e saiu, quando eu me dei conta, percebi que faltava muito pouco para chegar ao meu destino, e foi aí que a ansiedade começou a bater , finalmente eu reencontraria minha irmã depois de tantos anos. ao pensar nisso , meu coração disparou e eu não consegui conter o sorriso bobo.

A última vez que a vi foi na nossa infância , mais precisamente pouco tempo depois que o nosso pai caiu gravemente doente, desde esse dia eu fui mandada pra morar com uma amiga da nossa família no Brasil, enquanto ela, mesmo sendo bem jovem ficou para ajudar no que fosse necessário, mas as coisas se complicaram e nosso pai veio a falecer algum tempo depois, ela assumiu os negócios da família. desde então nós só nos comunicamos por telefonemas e cartas.

Não que isso seja ruim, ela é ocupada e eu respeito isso, ela sempre se esforçou para dedicar pelo menos 1 hora dos seus dias ocupados para mim, fora o fato de ela sempre me dar o melhor de tudo, desde bens materiais até educação e aulas das mais diversas práticas, já que ela sempre me dizia que eu precisaria de tudo isso algum dia da minha vida, eu nunca questionei , sempre fiz aulas de tudo que ela me recomendava, pois não queria decepcioná-la.

E agora que eu finalmente completei a maioridade, poderei voltar pra casa para ajudá-la no que eu puder.

Quando paro de viajar em meus pensamentos, me dou conta que o avião está quase no chão, e quando finalmente pousamos , eu sou a primeira a pegar meus pertences e correr até o aeroporto.

Ao vê-la mesmo que ao longe meus olhos brilham , meu coração palpita forte e eu um sorriso enorme, ela é linda, seus cabelos são amarelados , me lembram o sol, na verdade, ela é o próprio sol, pelo menos o meu sol...

Saio correndo arrastando minha mala e ao me ver ela começa a sorrir e abre os braços, eu cheguei ao seu encontro e a abracei , finalmente, eu esperei 10 anos por esse abraço, 10 anos de saudade constante, contanto os segundos para reencontrar a pessoa que eu mais admiro e amo em todo o mundo.

-Quanto tempo irmãzinha, olha só como você cresceu - ela diz enquanto me abraça forte - você se tornou uma linda mulher, e é muito parecida com a mamãe, embora tenha os olhos do papai.

Ao me soltar percebo que seus olhos estão marejados, ela está feliz, tão feliz quanto eu.

-Eu estava contando os segundos pra te ver de novo Íntegra, você não faz ideia de como eu estou feliz- digo , começando a chorar logo em seguida .

Eu estou feliz, feliz por finalmente voltar para o meu lugar, para perto da minha irmã e de tantos outros entes queridos , hoje se inicia uma nova fase da minha vida, e espero que essa seja uma das melhores de todas elas...

Dear AlucardOnde histórias criam vida. Descubra agora