Capitulo 14

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~ Dean Winchester ~

Estávamos em Minneapolis apenas para uma coisa, pegar a última parte do manuscrito. E assim, ela poderia finalmente ir embora.

Já que era o que ela tanto queria... ir embora.

Não sei se aquilo era bom ou ruim, já estava em dúvida. Mas sei que se ela realmente se for, acho que poderei olhar para as outras mulheres sem me sentir culpado. Talvez finalmente me liberte dessa sensação constante de estar sendo observado, julgado. Mas também temo o vazio que sua partida deixará. Ela preenche tantos espaços na minha vida, nos meus pensamentos...

Eu me pergunto se algum dia poderei encontrar alguém que me faça sentir da mesma forma que ela faz, mesmo que isso signifique também os altos e baixos, as incertezas e as lutas. Porque, apesar de tudo, há algo nela que me mantém ligado, mesmo quando quero me afastar.

Enquanto o tempo passa e a decisão se aproxima, o peso dessa escolha parece cada vez mais pesado. A única certeza que tenho é que nada será como antes, seja ela ficando ou indo embora.

— Você acha que ela realmente vai embora? — perguntei, enquanto o meu irmão estava no seu laptop do outro lado do quarto.

— Quem? A Celeste? — ele respondeu, mesmo sabendo muito bem de quem eu estava falando. Um sorriso brincava em seus lábios enquanto ele se desconectava por um momento do aparelho. — Qual é, Dean? Se está tão preocupado com ela partindo, por que não a impede?

Sua pergunta ecoou em minha mente, misturando-se com todas as minhas próprias dúvidas e medos. Impedi-la de ir significaria segurar algo que talvez não devesse mais estar em minhas mãos. Mas deixá-la partir... isso abriria um abismo de incertezas que eu não estava certo de estar pronto para enfrentar.

Encarei meu irmão por um momento, refletindo sobre suas palavras. Ele sempre teve uma maneira direta de enxergar as coisas, mesmo as mais complicadas como essa. Talvez ele estivesse certo. Talvez eu devesse tomar uma atitude, antes que fosse tarde demais.

— Eu não, ela decide muito bem o que faz da vida dela. — Me contrariei — Estamos lhe dando proteção, se não é o suficiente, não podemos fazer nada.

Sam me olhou confuso e continuou a falar — Eu não te entendo, Dean. Uma hora você quer muito, outra hora você deixa de lado.

— O que? Tá insinuando o que? — retruquei, sentindo-me um pouco defensivo.

— Eu tô dizendo que se você não segurar, ela vai embora.

— Pouco me importa, Sam. — Dei de ombros, sentando na cama. — Acha mesmo que eu sinto algo por ela? Logo pela Celeste?

— Eu não disse que você sentia. — Meu irmão riu.

A tensão entre nós aumentou enquanto eu ponderava suas palavras. Eu estava tentando convencer a mim mesmo de que minha falta de ação era um sinal de desapego, mas a verdade era que eu estava confuso. Celeste havia se tornado uma parte significativa da minha vida, de uma forma que eu não conseguia admitir facilmente.

— Só estou dizendo que você precisa decidir logo, Dean. — Sam cruzou os braços, parecendo mais sério agora. — Não dá para ficar em cima do muro para sempre.

Eu sabia que ele estava certo. Era hora de enfrentar minhas próprias emoções e decidir o que realmente queria. A questão era se eu estava preparado para assumir as consequências, qualquer que fosse a minha escolha em relação a Celeste.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora