Capitulo 3

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~ Celeste Barnes ~

Na noite passada, recusei a ajuda dos Winchesters. Dean e Sam insistiram, argumentaram com toda a sua determinação habitual, mas eu não podia ceder. A ideia de aceitar ajuda, mesmo de caçadores tão experientes, me parecia insuportável. Eu já estava sobrecarregada com a culpa e o peso das consequências de minhas ações, e trazer mais pessoas para esse caos só aumentaria minha agonia. Além disso, minha confiança nos outros estava em frangalhos.

Agora, estou fugindo da polícia por um crime que não cometi. As ruas parecem mais perigosas do que nunca, cada esquina uma nova ameaça, cada sombra um possível inimigo. O verdadeiro culpado está fora de alcance, e eu sou a marionete desse jogo cruel. A todo momento, posso sentir a presença de Abaddon, uma sombra densa e maligna que me segue implacavelmente. Ela não é uma inimiga comum; é uma força implacável do inferno, determinada a me encontrar e destruir.

Abaddon sempre teve um talento especial para encontrar suas presas, e eu sabia que meu tempo estava se esgotando. A cada passo, meu coração batia mais forte, um tambor incessante lembrando-me do perigo iminente. Mesmo assim, a ideia de depender de alguém, mesmo dos Winchesters, era inaceitável. Não era apenas uma questão de orgulho, mas de sobrevivência. Eu já havia visto o que Abaddon era capaz de fazer com aqueles que faziam parte do meu ciclo, e sinceramente, temos o que possa querer comigo.

Minha vida sempre foi uma série de decisões difíceis, mas essa talvez fosse a mais desafiadora de todas. Enfrentar Abaddon sozinha, enquanto fugia da polícia e lutava para limpar meu nome, parecia uma missão impossível. Mas eu não conhecia outra forma de viver. A independência era meu escudo, minha defesa contra um mundo que constantemente tentava me quebrar. Se eu fosse cair, cairia lutando sozinha, sem arrastar mais ninguém para meu inferno particular.

Eu não sabia quanto tempo ainda poderia manter essa resistência. Talvez estivesse à beira do colapso, mas não tinha escolha. Enquanto houvesse fôlego em meus pulmões e determinação em meu coração, continuaria lutando. Resolver isso sozinha não era apenas uma escolha; era a única escolha que eu podia fazer.

A estrada à minha frente se estendia, longa e deserta, sob o céu azul claro de um dia quente. Cada passo era um esforço para manter minha mente focada, apesar do cansaço e do medo que me assombravam. O sol brilhava intensamente, castigando meu corpo com seu calor implacável, mas eu seguia em frente, determinada.

De repente, o som de sirenes ao longe trouxe uma nova onda de pânico. Instintivamente, olhei em volta, procurando um lugar para me esconder, mas a estrada aberta não oferecia abrigo. Antes que pudesse reagir, as luzes vermelhas e azuis iluminaram o asfalto à minha frente. Um carro de polícia se aproximava rapidamente, e eu sabia que minha sorte havia acabado.

Os pneus chiaram quando a viatura parou bruscamente ao meu lado. Dois policiais saíram rapidamente, armas em punho, suas vozes cortando o ar quente do dia com comandos firmes.

- Mãos ao alto! Não se mexa!

Enquanto os policiais se aproximavam, senti o metal frio das algemas prendendo meus pulsos. Olhei para o chão, lutando contra a sensação de desespero que ameaçava me dominar.

- Tentando fugir da cidade, não? - O policial me levava até o banco de trás da viatura. - Não vai ser dessa vez.

Logo o carro deu partida e seguimos pela estrada. Mas algo estava errado. Havia uma frieza nos olhos dos policiais, uma ausência de empatia que me gelou até os ossos. Quando um deles se inclinou para murmurar algo, senti um arrepio de reconhecimento: a voz estava carregada de uma malícia sobrenatural.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora