Capítulo 46

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~ Celeste Barnes ~

Quatro semanas se passaram.

Quatro semanas sem ele...

A dor ainda pesava em cada parte de mim, uma presença constante que parecia nunca diminuir. Os dias se arrastavam sem sentido, o vazio ao meu redor se tornava sufocante.

— Alô, Sam? — Disse, gravando mais uma mensagem de voz. — Vou retornar ao bunker daqui a dois dias. Levarei suprimentos também... Ah, e o Cole está mandando um abraço.

Apertei o botão de enviar e deixei o celular na mesa, sentindo o cansaço da espera e da falta preencher o ambiente.

— Quer comer algo? — Cole perguntou, se sentando ao meu lado no sofá.

— Não, estou bem. — Respondi, desviando meu olhar para Casey, que acariciava a barriga redonda. Ela estava grávida... eu seria tia. — Já sabem qual o sexo do bebê?

— É um menino. — Casey sorriu suavemente, passando a mão pela barriga.

— Um menino? — Falei, surpresa. — Nossa, e o nome? Já escolheram?

Eu havia perdido tantas coisas nesse último ano. E agora, eu seria tia.

— Ainda estamos pensando. — Cole respondeu, olhando para Casey. — Tem alguma sugestão?

— Bem... Oliver, Yan, William...

— É só um bebê, cunhada. — Casey riu, divertida.

— Só estou dando opções. — Respondi, com um sorriso leve, tentando disfarçar o peso que ainda carregava.

Casey riu suavemente, trocando um olhar cúmplice com Cole, enquanto eu tentava me desconectar dos pensamentos que insistiam em me puxar de volta à realidade amarga.

— Vou deixar vocês escolherem o nome — acrescentei, levantando-me do sofá. — Preciso de um ar.

Cole se levantou logo atrás, preocupado. — Você quer que eu vá com você?

— Não precisa. Só... preciso de um tempo sozinha — respondi, abrindo a porta da casa e sentindo o vento frio bater no meu rosto.

Andei sem rumo pelas ruas pouco movimentadas, as luzes da cidade brilhando no horizonte, mas dentro de mim tudo parecia apagado. Quatro semanas... quatro semanas sem Dean. A cada passo, a ausência dele parecia ainda mais pesada, uma sombra que eu não conseguia afastar.

A lembrança do seu último suspiro nos meus braços me invadia sem aviso. A sensação da sua pele fria contra a minha, o murmúrio de "Eu te amo" que ainda ecoava na minha mente, como uma maldição. O vazio de saber que ele se foi, e eu não pude fazer nada.

Meus olhos ardiam, mas as lágrimas não vinham mais. Talvez eu tivesse chorado tudo que podia. Ou talvez a dor fosse tão profunda que nem as lágrimas conseguiam expressar.

— O véu teve um pouco de equilíbrio depois que Dean Winchester faleceu. — A voz familiar de Heraum se fez presente do nada, como de costume.

Eu apenas olhei de soslaio, sem diminuir o passo, ignorando sua presença como fazia ultimamente.

— Você não pode me ignorar para sempre, Celeste. — Ele insistiu, caminhando ao meu lado.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora