Capítulo 43

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~ Celeste Barnes ~

Poderia dizer que uma viagem de carro é uma das coisas mais enjoativas que existem, mas, dependendo do destino, consigo segurar o enjoo.

Eu e Dean estávamos a caminho de um mercado que ficava a alguns quilômetros de distância. Precisávamos comprar suprimentos para o bunker porque, aparentemente, os dois só vivem de comidas industrializadas.

Dean dirigia com uma mão no volante e a outra apoiada na porta, o olhar fixo na estrada. O som de rock clássico preenchia o espaço, como de costume. Por um momento, deixei o olhar vagar pela paisagem lá fora, mas logo voltei a atenção para ele.

— Vai ser bom comer algo fresco, pelo menos uma vez, né? — comentei, tentando aliviar a monotonia da viagem.

Dean riu de leve, sem desviar os olhos da estrada. — Eu já vou logo avisando, comida de Coelho eu não como.

— Comida de Coelho? — Perguntei, levantando uma sobrancelha. — Você tá falando de salada? É isso?

— Exatamente. — Dean respondeu, com aquele meio sorriso que sempre aparecia quando ele fazia piada. — Folha verde, cenourinha... isso aí é comida de coelho.

— Ah, claro, porque você vive à base de bacon e hambúrguer. — Respondi com sarcasmo, cruzando os braços. — Não sabe o que tá perdendo, Dean.

— E tô muito bem assim. — Ele deu de ombros, ainda com o olhar fixo na estrada. — Prefiro morrer comendo um bom cheeseburger do que viver à base de salada.

Eu ri, sacudindo a cabeça. — Vai ver um dia você me agradece por tentar te salvar da sua própria dieta.

O caminho foi ficando cada vez mais curto, e logo o mercado apareceu à nossa frente. Dean estacionou o Impala, desligou o motor e olhou para mim com aquele meio sorriso de sempre.

— Vamos lá, pegar o que a gente precisa antes que você tente me enfiar algum tipo de quinoa ou sei lá o quê. — Ele brincou, saindo do carro.

— Relaxa, só vou te fazer experimentar algumas coisas que não sejam fritas. — Respondi rindo, enquanto também saía do carro.

Entramos no mercado, e eu já sabia que Dean iria direto para a seção de carnes e congelados.

— Você pega as besteiras, eu cuido do resto, — disse, empurrando o carrinho para a outra direção.

Eu estava empurrando o carrinho de compras, distraída, quando virei rapidamente no corredor e esbarrei de frente com alguém. O impacto fez as sacolas no carrinho balançarem, e eu recuei um passo.

— Desculpa! — falei rapidamente, levantando o olhar.

O homem na minha frente era alto, com um físico robusto e um sorriso despreocupado. Ele parecia amigável, o que me fez baixar a guarda por um momento.

— Sem problema — respondeu, olhando para mim de forma um pouco mais demorada do que eu gostaria.

Continuei empurrando o carrinho, pronta para seguir em frente, mas o homem resolveu puxar conversa.

— Tá comprando pra muita gente? — perguntou, apontando com a cabeça para o carrinho cheio.

— Algo assim... — respondi, tentando não parecer rude, mas já procurando uma maneira de encerrar o papo.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora