Capítulo 31

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~ Dean Winchester ~

Hoje era dia ação de graças.

Por mais que não comemorssemos, Celeste insistiu em ir a Chicago; Ilinois.

Dirigindo pelas estradas vazias a caminho de Chicago, eu não podia deixar de notar como Celeste estava agindo de maneira diferente. Três semanas se passaram desde o que aconteceu na delegacia, e, embora ela tentasse manter uma fachada alegre, eu sabia que algo estava errado.

Não era difícil perceber; seus olhos não tinham mais o mesmo brilho, e a forma como insistia em pequenas coisas, como essa maldita bisteca, só me fazia sentir mais preocupado.

— É sério! Vocês vão adorar a carne que vendem lá. É ótima. — Celeste dizia do banco de trás, tentando nos vender a ideia como se isso fosse a coisa mais importante do mundo.

Sam, sempre o curioso, olhou para ela com uma sobrancelha levantada. — Porque essa felicidade toda em comer uma bisteca?

— Só é a melhor bisteca da região. Você nem imagina o quão deliciosa ela é, Sam. — Ela respondeu, seu tom animado, mas tinha algo forçado, como se ela estivesse se esforçando demais para manter o clima leve.

Eu permaneci em silêncio, mantendo os olhos na estrada, mas minha mente estava a mil. Ela não mencionou uma palavra sobre o que aconteceu naquela delegacia desde então, e honestamente, isso estava me deixando ainda mais preocupado. Sabia que ela estava tentando seguir em frente, mas a verdade é que, por mais que ela quisesse ignorar, eu não podia deixar de sentir que algo estava diferente... algo sombrio.

Eu queria perguntar, queria forçá-la a falar, mas ao mesmo tempo, sabia que, se eu pressionasse demais, poderia afastá-la ainda mais. E, bem, o último selo quebrou – Nem sei ao certo o que isso seria, e temo do que possa esperar – . Ela está diferente, e eu nem sei como lidar com isso. Não posso perder mais uma pessoa que me importa, mas também não sei como ajudá-la se ela não se abrir.

Então, por enquanto, eu faço o que sei fazer de melhor: finjo que está tudo bem. Porque, às vezes, isso é tudo que podemos fazer. Fingir que, em algum ponto, tudo vai voltar ao normal.

— Temos mais duas horas de viagem, alguém precisa parar para ir ao banheiro, tem um posto ali próximo. — Eu dizia olhando para o espelho em direção a Celeste, que mantia os olhos sobre a janela.

— Eu preciso. — Ela voltou para mim. — Problemas de garotas.

Assenti e logo fui estacionando o carro no posto e finalmente ela saiu do carro, indo a um banheiro que ficava nos fundos da lojinha de conveniência do posto.

Sai do carro para encher o tanque, enquanto isso, Sam permanecia sentado com o computador em mãos.

— Vem cá, você não acha ela diferente? — Disse, após deixar a mangueira presa no carro e indo até o sam.

— Tudo que fazemos é em si estranho, Dean.

— Eu tô falando do que aconteceu na delegacia. Celeste literalmente caminhou pelo fogo. — Disse voltando até o bocal do abastecedor e tirando a mangueira. — Você acha isso normal?

— Então porque você não pergunta?

— Porque...eu não sei. Cara, isso é estranho. — Voltei para dentro do carro. — Mais estranho do que termos um anjo e um rei do inferno conosco.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora