Capítulo 50

58 13 0
                                    


~ Celeste Barnes ~

Cada fibra do meu ser gritava alerta, mas, ao mesmo tempo, eu estava presa naquele olhar. Dean, com seu sorriso obscuro e seus olhos carregados de uma intensidade avassaladora, parecia irradiar uma energia que me atraía e me ameaçava em igual medida. Como se aquele olhar pudesse me despir de todas as barreiras que eu havia construído.

Ele se aproximou lentamente, e, em algum ponto entre o medo e a expectativa, um arrepio percorreu minha pele, queimando de uma maneira que eu não ousaria admitir. Cada detalhe dele parecia meticulosamente calculado para me desestabilizar — o jeito que a sombra caía em seu rosto, destacando aqueles olhos verdes, predatórios, que nunca se desviavam. Era como se ele estivesse estudando minhas reações, cada pequeno suspiro, cada centímetro de hesitação. E, pior, como se gostasse de ver a maneira que meu corpo traía qualquer tentativa de resistência.

Eu podia sentir o calor de sua presença, queimando em contraste com o gelo que subia pela minha espinha. Ele não precisava de palavras; o silêncio entre nós falava mais alto do que qualquer ameaça, mais do que qualquer toque. A tensão era quase tangível, uma linha invisível que ele poderia romper a qualquer instante — e, por algum motivo, a ideia de que ele o fizesse me deixava inquieta, uma mistura inebriante de ansiedade e uma sensação sombria de antecipação.

Uma parte de mim, mesmo sabendo que ele era perigoso, que ele não era mais o Dean que eu conhecia, ainda queria acreditar que havia algo dele ali. Algo que me faria hesitar e que, no fundo, me dizia que eu estava presa naquele jogo.

Minha mão tateava a gaveta ao lado, desesperada em busca de algo, qualquer coisa pontiaguda para me defender. Mas sua mão encontrou a minha, firme, prendendo-me no lugar, trazendo-me ainda mais perto.

— Tem certeza que quer isso? — Sua voz murmurou em meu ouvido, baixa e perigosa, enquanto sua respiração quente descia pelo meu pescoço, arrancando de mim um arrepio traiçoeiro. — Sabia que estava com saudades desse seu cheiro…

Eu continuei em silêncio, mas minha respiração denunciava meu nervosismo. Cada vez mais próximo, seus lábios roçavam minha pele, gentis, lentos, me provocando. Maldito…

Ele então ergueu o rosto, seus olhos colidindo com os meus, intensos, fixos. — Não sente medo de mim? — Sua mão se apertou em minha cintura, me puxando para ainda mais perto, seu tom grave, quase um sussurro, reverberando. — Não sente vontade de me matar?

Eu não conseguia responder, um gesto em falso eu o mataria, sendo com poderes ou não.

Por que a sua versão demônio é mais gostoso?

— Cumpra com a sua palavra. — Ele murmurou próximo a minha boca, já sem espaço para fugir.

— Sabe qual é a função dos demônios, Dean? A tentação...eles tentam até cedemos. — A mão dele foi levada até as mecha do meus cabelos e começou a fazer cachos, enquanto me observava falar — Mas sabe, Dean... — continuei, mantendo meu tom baixo e calculado, como se estivéssemos dançando em volta de algo volátil, algo que poderia explodir a qualquer momento. — O que os demônios não contam... é que a tentação vai em ambos os sentidos. Eles brincam com o fogo, mas esquecem que podem se queimar.

Ele inclinou a cabeça, um sorriso sombrio surgindo em seu rosto, claramente entretido com a ideia. Ele sabia que eu estava tentando resistir, mas também sabia que não seria fácil.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora