Capítulo 36

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~ Celeste Barnes ~

O silêncio entre nós era quase palpável, preenchido apenas pela melodia distante de Led Zeppelin. Dean mantinha os olhos fixos na estrada, as mãos firmes no volante, como se a concentração no asfalto fosse a única coisa que o impedia de encarar o que realmente estava nos separando.

Eu sabia que ele estava se esforçando para me evitar. Desde que saímos de Chicago, suas palavras haviam se tornado raras, quase inexistentes, e o peso entre nós era algo que eu mesma havia criado. Foi por impulso que não contei a ele sobre o pacto, mas agora... agora não havia como voltar atrás.

Idiota fui eu, deixando ele se aproximar demais, criando laços que, no final, só trouxeram dor. Agora, estávamos presos em uma espiral de silêncio, e a música não era capaz de esconder o vazio que havia entre nós.

Olhei pela janela, as árvores passando rapidamente como borrões verdes contra o céu cinzento. A estrada parecia se estender infinitamente, assim como a distância entre mim e Dean. Senti um aperto no peito, uma vontade desesperada de dizer algo, qualquer coisa que quebrasse o gelo, mas as palavras morriam antes mesmo de chegarem aos meus lábios.

Talvez fosse melhor assim. Talvez o silêncio fosse a única coisa que restava para nós agora.

Dean aumentou o volume do rádio, como se quisesse abafar qualquer possibilidade de conversa. E eu, incapaz de suportar a tensão por mais tempo, apenas me recostei no banco, fechando os olhos e tentando ignorar a sensação de que, a cada quilômetro, ele estava se afastando ainda mais.

O Impala avançava pela estrada, e o destino parecia tão incerto quanto o que aconteceria entre nós.

O barulho alto do som começava a me incomodar, o volume das guitarras distorcendo a paz que eu buscava. A melodia, que normalmente traria conforto, agora só servia para intensificar a leve dor de cabeça que surgia, latejando no ritmo da música.

Eu queria pedir para ele abaixar o volume, queria dizer qualquer coisa, mas a tensão entre nós era tão densa que até o mais simples pedido parecia um fardo. Então, ao invés de falar, permaneci em silêncio, deixando a música tomar conta do espaço entre nós, assim como o vazio que não conseguíamos preencher.

Cada nota de guitarra parecia um lembrete do que estava quebrado.

Ele não me olhava, e também não dizia nada, o que tornava a tensão ainda mais sufocante. A dor de cabeça pulsava mais forte, e o som alto só piorava a situação.

— Pode abaixar um pouco? — pedi, passando a mão levemente pela cabeça, tentando aliviar o incômodo.

Mas Dean permaneceu em silêncio. Ele não moveu um músculo, não desviou o olhar da estrada. A indiferença era como uma faca. Ele me ignorou completamente.

O silêncio entre nós agora era mais ensurdecedor que a própria música.

— Dean, a música. — Sam chamou a sua atenção, fazendo seu olhar desviar um pouco da estrada e retornar novamente. Sem alterar o volume.

O silêncio entre nós agora era mais ensurdecedor que a própria música.

— Dean, a música. — Sam chamou a sua atenção, fazendo seu olhar desviar um pouco da estrada antes de retornar novamente, mas ele não alterou o volume.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora