Capítulo 27

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~ Celeste Barnes ~

Eu e Sam estávamos esperando o Dean, quando finalmente o vimos se aproximar de longe, carregando alguns sacos de papel.

— Trouxe o rango. — Dean disse, levantando os sacos na altura da cabeça. — Tortas frescas para aguentarmos o dia. — Ele entrou no carro e nos entregou um saco com o café dentro.

— Só tinha tortas? — Perguntei ao abrir o saco e ver o conteúdo.

— Do que você está reclamando? Tortas são ótimas. — Dean respondeu defensivo.

— Para alguns. — Peguei apenas o café e coloquei o saco entre mim e o Dean.

— Ué? Não vai querer? — Perguntou, já com a sua torta em mãos.

— Não gosto de tortas. — Depois disso, parecia que eu tinha declarado guerra ao mundo inteiro.

— NÃO GOSTA DE TORTAS?! — Ele engasgou com a torta, a voz entrecortada por tosses. — Que tipo de ser humano não gosta de torta?

— Relaxa, Dean, cada um tem seu gosto. — Sam interveio, tomando um gole do café.

— Eu sei... cof... cof... — O olhar dele se fixou em Sam. — Mas não gostar de torta?

Revirei os olhos e tomei um gole longo do meu café. — Mas obrigada pelo café.

— Desisto de te conquistar. — Dean pegou o saco de papel que havia deixado entre nós e retirou um pedaço de torta de dentro.

Sam soltou uma gargalhada sincera, primeiro olhando para Dean e depois para mim.

— Você não vai desistir de mim tão facilmente, Dean. — Respondi, ainda rindo.

— Ah, não se preocupe, eu vou encontrar algo que você goste, — Dean disse, ainda com uma expressão determinada.

— Boa sorte com isso. — Sam disse, rindo e dando um tapinha nas costas do irmão. — Vamos aproveitar o café e deixar as tortas para outro dia.

[...]


Michigan; 1999

Cole, o papai trouxe torta. — Celeste dizia indo em direção ao irmão que estava sentado no sofá enquanto contava algumas notas de dinheiro. — Como conseguiu isso? — Ela perguntou curiosa.

— Eu arranjei um bico em um posto de gasolina. Estão me pagando bem. — Cole dizia mudando seu olhar para a garota. — Aqui, guarde no seu caixote. E use apenas quando precisar. — O irmão lhe dava algumas notas de quantias altas.

— Valeu, maninho. — Dizia segurando as notas em mãos contente e indo em direção ao se quarto. Abaixo da sua cama havia um pequeno caixote de madeira, lacrado a alguns pregos enferrujados e lá dentro estava todas as suas economias guardadas.

Celeste guardou o dinheiro com cuidado, escondendo-o no caixote junto com o restante das suas economias. Ela sabia que o irmão fazia o possível para ajudá-la e valorizava cada centavo que ele lhe dava.

Ao fechar o caixote, ela se levantou e olhou ao redor do quarto. Era um espaço simples, com paredes gastas e alguns pôsteres de bandas pendurados. Apesar das dificuldades, aquele lugar era o seu refúgio.

Ela voltou para a sala, onde Cole estava agora assistindo à TV. O cheiro da torta recém-trazida pelo pai já estava se espalhando pela casa, despertando memórias de tempos mais simples. Eles não tinham muito, mas sempre encontravam uma maneira de aproveitar os pequenos momentos.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora