Capítulo 26

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~ Dean Winchester ~

Ela estava no banco da frente, seu olhar concentrado enquanto abotoava a blusa que havia lhe dado. Sam estava no banco de trás, ainda reagindo ao acontecido minutos atrás.

A luz dos faróis do carro junto com a luz da lua iluminavam o caminho pelo qual eu percorria sem saber para onde iríamos.

— Tem um motel aqui perto. Vamos nos hospedar lá? — Sam disse.

— Qual é a probabilidade dos donos dos motéis já saberem sobre mim e entregarem meu paradeiro. — Celeste encostou seu braço na janela e apoiou a cabeça.

— Vamos passar a noite no carro. Estacionamos em um lugar escuro, assim não podemos ser achados. — Disse, dando a curva para entrar em outra estrada.

Sam apenas assentiu, e assim dirigi para mais longe, enfim estacionando o carro na mata.

— Vai ser seguro aqui? — Celeste perguntou, olhando ao redor.

— Mais seguro do que qualquer motel agora. — Respondi, desligando o motor. — Precisamos descansar e pensar em algo para amanhã de manhã.

Sam começou a ajeitar algumas coisas no banco de trás, tentando tornar o ambiente mais confortável.

— Eu vou ficar de vigia. — Disse, pegando minha arma e verificando a munição. — Vocês dois tentem dormir um pouco.

Celeste cruzou os braços e acomodou a cabeça no banco. — Se quiser, pode deitar no meu colo. — Disse, colocando a pistola sobre o painel do carro.

— Eu tô bem. — Ela disse, fechando os olhos e virando o rosto.

O silêncio tomou conta do carro enquanto Sam se revirava embusca de acomodação. Eu fiquei atento, observando a escuridão da floresta ao nosso redor. A noite estava fria, e a tensão no ar era palpável.

Os minutos se arrastavam, e o peso dos acontecimentos do dia começava a pesar. Olhei para Celeste, vendo o quanto ela estava tentando ser forte, mesmo depois de tudo o que tinha passado. Meu coração se apertou, e a raiva contra aqueles que a machucaram voltou com força.

— Porquê fez aquilo? — Ela murmurou com olhos ainda fechados.

— Eu queria te proteger. — Respondi olhando para ela.

— Como você protege alguém tirando a vida de outra pessoa? — Ela virou-se lentamente para mim e abriu os olhos.

Fiquei em silêncio após ela rebater.

— Eu agradeço pelo que você fez por mim. — Ela retornou a falar — Mas, mais mortes estão fora da minha lista.

— Você custa dizer um obrigada, e quando diz vem com um sermão.

— As vezes você só aprende quando alguém te faz enxergar. — Ela suspirou fechando os olhos novamente.

— Eu faria isso denovo se isso significa manter você segura.

— Eu não preciso de proteção.

— Não foi isso que eu entendi quando você me ligou. Eu sou a única pessoa além do seu irmão a quem você está disposta a ligar.

— Por isso mesmo, você foi a minha segunda opção. — Ela disse amarga.

— Eu posso ser a segunda, mas eu sempre vou correr para você quando a primeira decidir não estar. — Respondi com um toque de sinceridade na voz. — É um bom lugar para se estar, se você me pergunta.

Ela se ergueu curiosa e virou-se para mim — Então está me dizendo, que você, Dean Winchester, está disposto a ser segunda opção ao invés de prioridade?

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora