Capítulo 42

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~ Celeste Barnes ~


O Impala deslizava suavemente pela estrada, o motor ronronando baixo enquanto o vento batia nas janelas. A melodia de "Back in Black" do AC/DC preenchia o carro, trazendo um senso de familiaridade reconfortante. Aquele tipo de paz momentânea que, de alguma forma, fazia a vida parecer quase normal.

Dean, com uma expressão serena, guiava o carro com a mão firme no volante. Mesmo sem olhar para ele, dava para perceber que, em algum nível, ele também estava gostando de estar na estrada, longe de tudo que os últimos dias haviam trazido.

Sam estava no banco do passageiro, com o cotovelo apoiado na janela, os olhos fixos no horizonte. Ele sempre fazia isso quando estava pensando em algo importante, perdido em seus próprios pensamentos. Talvez estivesse processando tudo que tinha acontecido com a fada, com a caixa de música, ou talvez estivesse apenas pensando no próximo passo.

Eu estava no banco de trás, olhando para fora, observando as árvores passarem em borrões verdes. Aquele silêncio confortável entre nós era tudo de que eu precisava no momento.

Olhei brevemente para Dean concentrado na estrada, até perceber que rapidamente seu olhar encontrou o meu pelo retrovisor.

Ele sorriu, e eu também...

Sam olhou brevemente para nós dois, e suspirou um pouco rindo.

— Vocês dois...— Disse ele.

— Já estamos voltando para o Bunker. — O loiro dizia, tentando se esquivar do assunto.

O rubor no meu rosto só aumentou quando vi o sorrisinho de Dean crescer pelo canto dos lábios, mas ele logo voltou a se concentrar na estrada. Eu tentei desviar o olhar, mas sentia meu coração bater mais rápido com o jeito despreocupado dele.

— Finalmente — Sam murmurou, esticando-se no banco do passageiro.

Dean acelerou um pouco mais, e o familiar som do motor do Impala ecoava pela estrada. O caminho para o Bunker parecia mais tranquilo do que nunca, como se tudo estivesse em seu lugar novamente.

Eu sabia que a paz nunca duraria, mas naquele momento, com Dean e Sam ali, parecia o suficiente.

Chegamos no bunker, Dean estacionou em uma enorme garagem lotada por vários outros carros clássicos que me chamaram atenção de imediato. 

Após parar o carro, Sam saiu do impala e desceu as escadas que levavam a mais dentro do bunker.

Assim que saí do Impala, pegando minhas coisas, Dean fechou a porta com um estalo firme. Antes que eu pudesse processar, ele me puxou pela cintura, me empurrando suavemente contra o carro. Seu olhar intenso encontrou o meu, e antes que eu dissesse qualquer coisa, ele se inclinou e me beijou.

O calor do momento me surpreendeu, mas eu correspondi, deixando minhas coisas caírem ao chão enquanto suas mãos permaneciam firmes na minha cintura. O mundo pareceu parar por um instante, e o único som era o de nossas respirações ofegantes.

Quando ele se afastou, sorriu de lado, aquele sorriso que sempre me deixava sem palavras.

— Não consegui esperar mais — disse ele, com a voz baixa e rouca.

Eu sorri de volta, ainda recuperando o fôlego, e brinquei, cheia de sarcasmo: — Por que eu te dei liberdade, hein?

Lhe dei um leve empurrão, sem conseguir esconder o riso. Dean apenas riu, dando um passo para trás. Peguei minhas coisas que haviam caído no chão e, com um último olhar para ele, segui pelo mesmo caminho que Sam havia tomado, sentindo o coração acelerar só de pensar no que acabara de acontecer.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora