Capítulo 51

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~ Dean Winchester ~

Minha mente estava confusa, repleta de flashes de acontecimentos que tomavam conta dos meus pensamentos, às vezes me forçando a relembrar de momentos que eu preferia esquecer.

Não estava no meu quarto, mas sim no do meu irmão. Ele havia me avisado que eu não poderia entrar lá por conta da sujeira acumulada, algo que não conseguira limpar quando teve a chance. O ambiente era uma mistura de desordem e nostalgia, repleto de lembranças que agora se entrelaçavam com o presente.

Sam havia me trazido um copo com café e um pedaço de torta, insistindo que eu precisava me alimentar. Ele sempre teve esse jeito de cuidar de mim, mesmo em meio ao caos de nossas vidas. Enquanto observava o jeito como ele se preocupava, uma onda de gratidão e amor me envolveu, lembrando-me de que, apesar das dificuldades, ele sempre estaria ao meu lado.

Liguei a TV dele e comecei a passar pelos canais em busca de algo interessante para passar o tempo. Logo, encontrei um episódio de Scooby-Doo, o que me fez sorrir por um instante.

— Os humanos sempre me surpreendem, sabia, Dean? — A voz familiar me fez virar e encarar o ser sombrio ao meu lado.

— Morte? — Desliguei a televisão, voltando meu olhar para ele.

— Isso é torta? — perguntou, olhando para o pedaço que ainda estava em meu prato.

Afirmei com a cabeça e ele estendeu a mão, esperando que eu o servisse. — Sabe, eu não sou muito fã de tortas... — ele mordiscou o primeiro pedaço com um sorriso despreocupado. — Mas em situações como essa, é sempre bom ter algo doce.

— Como assim "situações como essas"? Do que você está falando? — indaguei, sentindo uma mistura de curiosidade e desconforto.

Ele se levantou e colocou a torta sobre a poltrona que sentava. E abriu a porta — Me acompanhe...

Caminhamos pelo corredor até finalmente parar em frente ao meu quarto.

— Você lembra de Celeste ter dito sobre um pacto com ceifeiro para salvar o irmão? — Perguntou e logo afirmei, — Pois, isso não lhe custou a vida tanto quanto custou, quando ela decidiu manipular as almas do véu para te salvar, ela conseguiu manipular a sua alma para trazê-lo de volta.

Fiquei em silêncio apenas o observando, sem saber aonde esse assunto nos levaria.

— Logo, eu a levei para trabalhar comigo no limbo. Posso dizer que para ela, foi uma experiência tremenda, sabendo o que acontece depois que as almas passam desse plano. — continuou.

— Aonde você quer chegar? E porque veio até a mim?

— Quero te mostrar as consequências dos seus atos. — Ele finalmente segurou o trinco da porta e a abriu, sem dizer mais nada.

Deitada na cama, com uma expressão tranquila, estava Celeste, segurando um ferimento com a mão enquanto dormia profundamente.

O pânico me tomou ao notar a quantidade de sangue que manchava o lençol, evidenciando a ferida que ela tentava conter, inconsciente.

— O que aconteceu? Fui eu quem fiz isso? — minha voz tremia, repleta de incredulidade e horror.

Morte fechou a porta atrás de nós e ligou a luz do quarto, revelando a palidez de Celeste. Sua boca estava arroxeada, um sinal claro de que algo terrível havia ocorrido. O peso da responsabilidade caiu sobre mim, e a imagem de Celeste à beira da morte fez meu coração disparar.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora