Capítulo 40

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~ Dean Winchester ~


A noite estava cerrada, e a estrada parecia se estender infinitamente à minha frente. Cada quilômetro rodado me fazia sentir mais distante da Celeste, e a ansiedade crescia no meu peito. Crowley, sentado no banco do passageiro, ia me dando as coordenadas, mas não parecia que o caminho tinha fim.

— Onde a Celeste está, Crowley? — Perguntei, tentando controlar a frustração.

— A nossa querida âncora está no inferno, — ele respondeu, casualmente, como se estivesse me informando sobre o tempo.

— No inferno? — Repeti, incrédulo. — O que ela faz lá?

— Um círculo de oração, é claro, — Crowley respondeu com seu habitual sarcasmo. — Os demônios a pegaram, para a libertação das almas. O que mais ela faria?

Meu coração acelerou, mas tentei manter a calma. Cada palavra de Crowley parecia uma provocação, e a única coisa que me mantinha focado era a necessidade de tirá-la de lá.

— E você? O que estava fazendo enquanto isso acontecia? — Perguntei, não conseguindo esconder o veneno na minha voz.

— Eu? Tentando não ser morto por uma rebelião no inferno, — ele disse, como se fosse algo trivial. — Se não fosse por mim, sua adorada Celeste já estaria em pedaços. Então, um pouco mais de gratidão seria adequado, não acha?

— Essa história tá me parecendo muito mal contada. — Fiquei desconfiado.

Apertei o volante com força, sentindo a tensão aumentar a cada segundo que passava. A vontade de acabar com Crowley ali mesmo era tentadora, mas eu sabia que precisava manter o foco. Agora não era hora para perder a cabeça.

— Meu querido Winchester, se não acredita em mim, tire suas próprias conclusões, — disse Crowley, com aquele sorriso provocador, enquanto erguia a mão em direção a um pequeno galpão isolado no meio do nada.

Clinviland? — murmurei, guiando o Impala até estacionar próximo ao local. O lugar parecia velho e abandonado, o tipo de cenário que você esperaria encontrar no inferno. — Esse é o inferno? — questionei, ainda tentando processar o que via.

— Uma das portas, — Crowley respondeu casualmente, saindo do carro e caminhando em direção ao grande portão de ferro. — Vamos dizer que, por essa aqui, eu tenho um passe VIP.

— Passe VIP, é? — retruquei, seguindo atrás dele. — Espero que sim. Porque, se não der certo, vou matar você e quem estiver lá dentro.

— Sempre tão delicado, não é, Dean? — Ele lançou um olhar divertido para mim antes de se aproximar e bater levemente seis vezes no portão. As batidas ecoaram de forma quase sinistra, ressoando no silêncio da noite.

Um momento depois, o portão rangeu, e alguém do outro lado o abriu. A pessoa, ou melhor, a coisa, que estava lá era alta e encapuzada, uma figura sombria que mal deixava transparecer seu rosto. Crowley acenou com a cabeça, e sem dizer uma palavra, a figura nos deixou passar.

O cheiro de enxofre e morte era inconfundível. Eu já estive em lugares assim antes, mas dessa vez era diferente. Dessa vez, Celeste estava lá dentro, e eu faria qualquer coisa para tirá-la de lá.

— Agora vamos brincar de teatro. — Crowley dizia se pondo nas minhas costas, quase me encoxando.

— Tá maluco, rapaz? — Me distancie rapidamente.

𝐎𝐦𝐞𝐧 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora