Esse é o Liam

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A energia pesava no lounge, me deixando apreensiva, já que Liam perdia posições com frequência, porém recuperava as facilmente. Mas após um pit stop longo alguns ali perdiam as esperanças. 3.54 esse foi o tempo do pit, homens ao meu lado diziam com frequência "ele não pega podium, não está preparado para fórmula 1" ou "ele não se acostumou com a potência de um motor Redbull" ou até coisa pior "Não chega a solas do sapato do Verstappen", "Fórmula 1 não é concurso de beleza, oque adianta ter o rostinho bonito se não corre nada". Escutei muito pouco coisa do tipo "se ele não ganhar pódio, pelo menos ele consegue pegar piloto do dia e acrescentar pontos".

Foi questão de tempo para que Liam subisse para segunda posição, sendo difícil tirar seu lugar dali em diante. Conhecendo meu irmão ele não vai tirar o pé do acelerador nem com ameaça.

A volta 57 se aproximava e o lounge começa a ferver.
Todos ali presentes vibravam ao ver Verstappen ganhar a primeira corrida do ano e logo atrás dele Liam e segundos depois Sainz. Era engraçado ouvir meu sobrenome ser gritado pelos mesmos homens que tanto o criticavam. "Martini!" As taças de champanhe se chocavam e derramavam sobre o piso branco.
As moças ali ao meu lado elogiavam meu irmão e pediam com frequência que as fossem apresentadas para ele, e eu? Bom, eu só sabia ri da situação.

Alguns homens mais velhos chegavam até mim e falavam sobre meu irmão pedindo que fosse passado todos os elogios, e com o sorriso no rosto eu concordava com tudo. Mesmo ainda estando com raiva dele eu não conseguia disfarçar meu orgulho e alegria, pois essa era sua primeira corrida na fórmula 1 e ele havia conseguido um pódio.

Já na cerimônia, Liam sorria para mim como nunca mais havia visto. Seu sorriso é olhos brilhando faziam aparecer involuntariamente um sorriso abundante em meu rosto juntamente de lágrimas que escorriam com leveza em minha bochechas.

Os olhos brilhantes característicos da luxúria existente ali. Eles falam mais que mil palavras, e é inacreditável como um olhar já dizia o bastante.
O orgulho evidente é maior que qualquer ego existente no coração da moça, e olha que a porção é bem grande.

Já conseguia sentir que dali em diante, talvez ele pegasse leve comigo, já que a semana inteira tinha sido muito cansativa. Ao me encontrar no Box ele veio direto me abraçar, e eu não esperava um pedido de desculpas, porém...

— Ei!— Ele me abraça forte quase quebrando meus ossos, e eu faço o mesmo, rindo muito, já que minhas emoções estavam muito bagunçadas.— Desculpa... Eu sei que tô te tratando mal esse tempo todo, não espero que entenda mas gostaria de deixar claro que se estou aqui, se eu consegui chegar até aqui é porque foi você que me incentivou.— Os olhos de Liam de enchiam de lágrimas ele tentava disfarçar levantado sua cabeça e tampando seus olhos com as mãos, porém depois de mais um abraço ele apenas as deixou levar.

— Relaxa, somos irmãos, sempre vai acontecer isso, e isso que é legal. Vamos sempre ser eu e você pirralho... Eu e Você!— Fazemos nosso toque de mãos assim como nós fazíamos quando crianças. Fotógrafos nos rodeavam e tiravam fotos a cada segundo do momento. E em estantes todas as colunas de fofoca já tinham nosso abraço em suas mãos. E caso tenha perguntado, o Brasil estava sim em festa.

— Você é foda!— Max dá um tapa de leve no ombro de Liam que ri alto apertando a mão do colega. Max me olhava orgulhoso ele sabe muito bem que o motivo de Liam ter seguido nessa, era por minha conta.— Você também.— Ele bagunça meu cabelo enquanto dou risada e tento tirar sua mão do meu cabelo.

Liam me entrega o capacete dele e sorri.— Ele ficaria bom nela, não é?— Ele pergunta a Max, que nos olha estranho e faz um sinal com a mão para que eu colocasse o capacete.

— Que nojo tá suado.— Eu olho para dentro do capacete pensando e repensando nas consequências de colocá-lo em minha cabeça.

— Coloca logo. Aproveita enquanto tô bonzinho— Liam dá um pequeno tapa em minha cabeça e começa a caminhar para dentro do box junto a Max, que observa eu criar coragem e enfim por o capacete e ir caminhando junto a eles.

— Eai?— Eles dois se entre olham e Liam ri alto.

— Ficou horrível!— Max bufa ainda rindo e tira seu capacete o pondo em cima de uma estante.— Esse é seu.

— Fechou!— Tiro o capacete e também o ponho na estante os dois sobem para o Lounge.

...

— Se não fosse Ferrari eu diria que você fica ótimo com a McLaren.— Lando mordisca uma batata frita e toma um gole de refrigerante, enquanto Carlos olha para a praia a nossa frente. Enquanto eu? Eu lia uma noticia sobre Lando em um site.

É de imenso prazer vê-la socializar, nunca vista antes com alguém que depois de Liam, se dessem tão bem. Impressionante é ver que Norris se mantéu firme diante das dificuldades que é lidar com a moça. Demorar para responder mensagem ou sequer respondê-las é o menor dos seus problemas. O garoto não é tão diferente, pelo visto, até bem parecidos, é assustador ver as duas mentes trabalhando juntas, porém uma mais eclética, aberta a novidades, cheia de energia e sempre levando para a emoção, e a outra, fechada, poucas ideias, presa na mesmice e com muita preguiça de socialização e coisas que envolvam isso. Lando por outro lado, está sempre mais despeço, sempre mais alegre, e impressiona serem tão parecidos e por conta de uma coisinha diferente os tornem tão opostos.

— Sinceramente, não sei pra onde ir, as oportunidades estão afunilando, e se quer a verdade não há nenhuma boa o bastante...— Carlos acorda dos seus pensamentos e toma um pouco do suco de laranja.— Tirando as que já estão com os acentos ocupados.

— Sim, a Mercedes pode ser uma boa?— Lando olha para mim e eu olho para ele, pensando em "Porque a Mercedes?"

— Talvez, apenas quero estar em um lugar que me ofereça mais de 2 anos. Ou um que realmente entenda meu valor.— Eles se entre olham e ficam em silêncio.

— Acho que vou nessa.— Puxo minha bolsa pondo meu celular dentro dela.

— Mas você mal chegou.— Lando puxa minha bolsa pra si.

Estávamos em um restaurante esperando a hora de ir embora, já que daqui 1 semana teria o grande prêmio da Arábia Saudita, e eles já estavam indo.
E eu iria dar uma passadinha no Brasil e não iria para o GP, já que Olivier precisava voltar para casa e então vou ficar com meu pai.

— Fica aí, eu te levo pro hotel... Ainda tenho que pegar a Rebecca.— Eu arqueio uma das minha sobrancelhas e o olho com indiferença me perguntando se eu realmente havia escutado isso.

— Mesmo que eu precisasse eu com certeza não iria com você.— Digo puxando com força minha bolsa fazendo Lando a soltar.— Estou de carro e vou ter que ir deixá-lo, então dispenso sua carona.

Levanto vendo Lando descer seu oculos até a ponta de seu nariz enquanto mastigava uma batata.
— Vai lá então.— Carlos se vira na cadeira me vendo sair. — E você vai sair da concessionária como? A pé?

Lando ri e fingi não ter ouvido.
— Prefiro ir andando.

— Para de ser maluca! Anda a gente te acompanha e você volta comigo.— Lando põe o dinheiro em baixo da cesta de batatas e se levanta arrumando sua blusa azul de botão que estava meio aberta. E Carlos respira fundo arrumando seu cabelo e pondo seu boné logo em seguida. Enquanto eu os espero enfrente a porta.

— Sabe que eu e seu irmão já conversamos, e eu lembro muito bem de você está presente, tanto quanto lembro do vinho que jogou em mim.— Carlos cola em mim falando baixo em meu ouvido enquanto Lando avisa ao garçom que havia deixando o dinheiro em baixo das batatas.

— Não preciso da sua gentileza, inclusive, lembro até bem mais que você.— Eu volto a caminhar saindo do restaurante e indo até meu carro.

— Onde arrumou essa belezinha?— Lando passa pela porta e olha para o carro, é uma Ferrari Roma vermelha. Carlos para ao lado dela e a olha com atenção porém não fala nada e entra em seu carro.

— Liam que alugou.— Entro no carro e logo saiu dali e os dois vem atrás de mim.

Entender de carros? Bom, talvez o pouco que saiba é sobre fórmula 1, agora sobre motor, quantidades de CVs, entre outras informações, ainda são irrelevantes. Gostar de carro é uma tarefa fácil, difícil é gostar de carros e pagar de mecânica.

At Hing Speed- Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora