At Hing Speed- Carlos Sainz

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As luzes do circuito se misturavam à chuva que caía fina, criando um efeito quase mágico ao redor da pista. Eu estava na arquibancada principal, completamente imersa na atmosfera eletrizante do GP da China. O cheiro de borracha queimada misturado ao frio leve que subia pela minha pele fazia o coração bater mais rápido, numa mistura de nervosismo e expectativa que era oque mais me deixava nervosa. Olhei para a pista e lá estava ele, Liam, fazendo uma corrida fenomenal, eu sabia que ele se sairia muito bem, até porque juntando chuva e Liam, com toda certeza, quanto a minhas expectativas, eu já sabia que seriam realizadas com maestria, porém ainda sim não conseguia ficar calma o suficiente. Além de tudo, o segundo lugar que também chamava a atenção; Lando estava logo atrás de Max, desafiando cada curva com a confiança que só ele tinha.

Quando Lando ultrapassou Carlos numa manobra impecável, segurei a respiração e levantei num pulo, sentindo meu corpo reagir a cada movimento do carro laranja que cortava a pista como um raio. Me sentia extremamente feliz, havia prometido a noite inteira estar com minha energia quase completa para ele, e Lando por sua vez me prometeu dedicar cada momento em pista para mim, e se caso ele conseguisse ganhar pela primeira vez em sua carreira, ele me daria tudo aquilo que eu o pedisse, e eu sinceramente achei uma ideia incrível. A sensação de vê-lo ali, em segundo, era uma mistura de euforia e orgulho que só se intensificava ao lado da ansiedade de ver Liam no pódio. Ver os dois juntos ali, meu irmão e meu melhor amigo, era uma emoção que não conseguia colocar em palavras. Era engraçada a tamanha conexão que compartilhávamos e como ao passar do tempo eu ganhava mais um irmão, talvez o irmão que Olivier nunca foi para mim e talvez o irmão que Liam não conseguia ser por completo. Lando é quase eu, porém com uma pitada de sal a mais, e talvez ele seja uma versão minha.

Quando o pódio finalmente se formou, e o rosto de Max brilhou em um sorriso vitorioso, meu coração explodiu em felicidade. Mas foi ao ver Lando e Liam ao lado dele, levantando seus troféus, que a emoção realmente tomou conta. Lando, com aquele sorriso largo e travesso, cortado pela pequena fresta em seus dentes, que eram exatamente a parte dele que eu mais gostava, a parte que sempre me fazia lembrar dele. Em minha mão, meu telefone em chamada com meu pai, que sorria como nunca antes, parecendo nunca ter visto Liam em um pódio, porém toda vez é uma primeira vez, e sempre explodimos de orgulho da nossa loirinha, que olhou para mim da pista, e eu devolvi com uma expressão que ele entenderia — pura alegria e a mais óbvia cumplicidade. Lando, por sua vez, fez um 2 com os dedos, e também me lançou um olhar extremamente feliz, e eu não contive as lágrimas de orgulho. Era uma visão que eu jamais esqueceria. Eu jamais esquecerei de nada disso.

Depois da cerimônia, uma mensagem piscou no celular: "Vamos comemorar? Encontro você lá fora!". Em poucos minutos, estávamos todos juntos, ainda com os sorrisos eufóricos da vitória. O destino da noite era uma boate luxuosa no centro da cidade, e quando chegamos, já era uma festa. Max, Lando, Liam e eu — o grupo chamava a atenção e logo fomos rodeados. Entramos na pista de dança com o entusiasmo ainda pulsando, e as luzes giravam em flashes de cores enquanto a música alta nos envolvia.

Max estava com um terno ajustado e elegante, quase parecendo um rei, enquanto Lando, com uma camisa preta e um jeans escuro, tinha um ar descontraído que era só dele, enquanto segurava firme minha mão, parecia até ter medo de me perder ali naquele meio. Eu vestia um vestido verde profundo, com detalhes brilhantes que captavam a luz da boate, e cabelos soltos. As pessoas ao redor murmuravam algo sobre eu e Lando, mas ignorei. Aquilo era só ruído, o importante agora é saber quem eu sou, e saber oque estou fazendo, nada que eles possam falar vão estar sobe minha verdade, é só isso que importa.

A noite era nossa, e tudo mais se tornava insignificante. Dancei com Lando e Liam, rindo, gritando, sentindo tudo e ao mesmo tempo nada. Max nos puxava para fotos, abraçando Lando e o irmão como se fosse uma comemoração particular só deles. O DJ aumentava o som e uma nova batida começava, e nós dançávamos até perder a noção do tempo. A pista de dança se tornava nosso próprio palco, e a felicidade daquela noite preenchia cada espaço, cada segundo.