Por muito menos

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A noite para mim estava apenas começando mesmo que os convidados começavam a ir embora –Mas ainda estava tão cedo– Na boate mais exclusiva da cidade. O local, iluminado por luzes de néon em tons de azul e roxo, agora exalava um ar de sofisticação e bebidas caras.

Na entrada da boate, convidados eram recebidos por um tapete vermelho que levava até a entrada principal, onde seguranças elegantemente vestidos verificavam a lista de convidados. Dentro, a decoração era deslumbrante: lustres de cristal pendiam do teto alto, refletindo a luz em mil direções, enquanto sofás de veludo e mesas de mármore branco ofereciam um toque de luxo.

O DJ, posicionado em uma cabine elevada, comandava a pista de dança com uma mistura perfeita de house music e hits do momento. As batidas pulsantes faziam o chão vibrar, e a multidão, vestida com trajes de alta costura, dançava com entusiasmo. Garçons circulavam com bandejas de coquetéis exóticos e champanhe, garantindo que ninguém ficasse sem uma bebida na mão.

Em um canto mais reservado, estava eu e os rapazes – Charles, Arthur, Max, Daniel, Yuki, Carlos, Lando e Liam– Eles brindava com taças de cristal, rindo e conversando animadamente. A atmosfera era de pura celebração, com todos aproveitando a noite ao máximo. O som das risadas, o tilintar dos copos e a música criavam uma sinfonia de alegria. As meninas haviam saído, todas foram para o banheiro, e como não fui convidada a ir preferir ficar quieta na minha apenas apreciando a companhia do meu irmão, que durante todo o dia me ignorou, porém ainda é meu irmão.

A festa prometia continuar até o amanhecer, com cada momento mais memorável que o anterior. E eu já esperava ansiosamente pelo after.

Na mesa, Arthur constantemente acariciava minha perna e de vez enquanto subia um pouco mais apenas para provocar. Quando não estava conversando com o irmão, ele estava entretido com meu perfume, já que estava sempre deitando em meu ombro dando selinhos em meu pescoço e de vez enquanto dando selinhos demorados.

Todos na mesa falavam sobre a vitória de Sainz. Enquanto eu e Arthur ignorávamos as conversas deles e apenas riamos do que aconteceu mais cedo.

E não demorou muito para que a vontade de sair dali o mais rápido possível aparecesse. E então decido pegar alguma bebida, e Lando resolveu me acompanhar. Com um lenço amarrado em sua cabeça, que o vi mais cedo no pescoço de uma das moças que estava com ele, seu óculos ainda em seu rosto e seu sorriso enorme. Lando caminhava em minha frente, porém nosso destino é alterado assim que Lando reencontra seu grupo de amigos. Ele vai dançando até eles, me puxando pela mão.

As brincadeiras entre eles eram imparáveis sempre tentado me incluir, e não demorou para que eu me enturmasse. Eu e Lando riamos das cantadas que dávamos um no outro. Até certo momento estava bem, ainda dançávamos juntos e então percebo que não adiantaria de nada ficar me segurando, Lando me puxa para o lado e me oferece uma garrafa e eu me abaixo indicando para que derramassem a bebida em minha boca enquanto as pessoas em volta gritavam, e assim virei quase um litro de vodka.

Depois estávamos dançando como doidos, pulando e bebendo. As risadas frenéticas enquanto Lando e eu dançávamos juntos.

No quesito festa, nos dávamos muito bem, já que tínhamos a energia parecida e tínhamos o mesmo espírito maluco, o famoso topa tudo.

Lando estoura um champanhe derramando no chão, e enquanto eu dançava e cantava ele o entrega para mim. Ele se abaixava enquanto eu tentava derramar o champanhe em sua boca e ao chegar no chão ele sacode o rosto já que havia derramado em seu rosto, ele sobe rindo e eu viro o restante de champanhe em minha boca.

E mais brincadeiras surgiam. Fazemos um trenzinho puxado por mim, enquanto catávamos e pulávamos, típico das festas adolescentes, e daquele jeito saímos atravessando o camarote.

E não demorou muito para descermos mais bebidas.
Lando ao meu lado dançava agarrado comigo, porém não percebi seu olhar diferente pra mim.

— Que foi? Tá me olhando assim porque?— Me viro pra ele, ainda dançando, e ele tentava me acompanhar.

— To te admirando.— Ele ri. Seus dentinhos separados pareciam ter se tornado bem mais que atraentes em minha visão.

— Ei! Miss! Trouxe um negócio pra você!— Um dos amigos de Lando me entrega um copo. Eu não sabia seu nome porém estava o chamando de Joe. Pego o copo e aquilo claramente era uma caipirinha, não tão caprichada, mas era uma caipirinha, e eu estava desejando tomar a um tempo.

— Valeu!— Dou um gole e Lando me pede um pouco. Entrego o copo para ele, e sem pensar muito ele toma um gole grande.

— Não é ruim.— Ele toma mais um gole.

Outra música começa a tocar e eu termino de tomar a bebida e volto a dançar.
As músicas brasileiras começam a se tornar mais que frequentes e sempre as melhores.
A mãos de Lando me agarravam pela cintura lentamente, e eu fingia não perceber aonde ele queria chegar, apenas deixando fluir.

— O que você acha que tá fazendo?— Paro de dançar e me viro pra ele.

— To tentando algo diferente.— Ele termina de beber sua bebida e foi questão de segundos para sua mão passar pelo meu pescoço e me trazer para perto.
Lando avança em minha boca sem mais nem menos, me assustando, mas eu continuo o que estava sendo feito. Minhas mãos deslizavam por dentro de sua blusa enquanto ele me prendia pela cintura, e sua mão acariciava levemente meu rosto.

E pro meu desprazer, paramos, e seus olhos verdes me encaravam como nunca antes haviam me olhado antes.

— Esquece isso, ok?— Digo pra ele em seu ouvido e ele me dá um beijo no pescoço fazendo arrepiar.

— A amizade vai continuar forte, relaxa.— Ele me puxa pela mão e saímos dali. Rindo porém eu sabia oque estava fazendo e isso que tornava a situação engraçada.

E assim já estávamos trancados em algum lugar, que sequer prestei atenção onde era. Voltamos a nos beijar loucamente e quando vimos que estava esquentando de mais, paramos e voltamos para o camarote, claro depois de negociarmos que não falaríamos para ninguém e aquilo não afetaria a amizade e como o mesmo disse "serviu pra fortalecer."

[...]

Pouco tempo se passou, e agora estava eu caminhando junto a Lando para outro lugar.
O lugar estava mais vazio. Lembro de ter passado em algum lugar que tinha um relógio, eram mais ou menos 5 da manhã. Já tinha passado do meu limite fazia tempo, meus pés já não me obedecem, porém ainda estava bem.
As pessoas estavam mais lá na frente, todas já muito bêbadas.  E se alguém estivesse sóbrio, com certeza não estava mais ali.
Descíamos as escadas do camarote e começamos a caminhar entre as pessoas que dançavam envolta das mesas .

Minha visão ficava turva aos poucos e ao perceber minha lentidão puxo o braço de Lando que me "abraça" pondo seu rosto próximo ao meu para que ele pudesse me escutar.

— Preciso comer algo, e um pouco de água.— Minha voz já não saía normalmente.

— Vou mandar buscar.— Ele para em frente a uma mesa. Via algumas pessoas conhecidas, Carlos, Max, Daniel e o alguns engenheiros que via pelo Paddock.

Lando ria com os rapazes enquanto eu aproveitava pra comer os petiscos. E não demorou para que a água chegasse junto de alguns salgados.

At Hing Speed- Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora