Mantendo se na ofensiva

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Ao longe as luzes da cidade iluminavam a beira mar, as ondas batiam contras as pedras da costa. As mansões dali nunca dormiam, sempre músicas altas tocavam o dia inteiro. O cheiro de protetor solar, bronzeador e piscinas se faziam presentes todos os dias. Rio de Janeiro, o lugar onde o seu coração mora e sua mente aclama a todo momento.

Não muito longe, uma família em sua piscina fazia um ótimo churrasco, onde o cheiro delicioso entravam nas narinas de Connor que dormia em meu colo, ele se esticava, desejando sentir mais de perto.

Sentada na varanda, eu fingia gostar de ler. Connor sentado em meu colo olhava atentamente para os vizinhos, enquanto eu tentava ler o tal livro, que sinceramente, estava com dificuldade de entender seu objetivo.

A casa estava silenciosa, meu pai, calado a um tempo, parecia ter desistido de assistir futebol.
O som de pássaros se acomodando para dormir na árvore ao meu lado era bom, porém me tirava a concentração, não que eu esteja muito empolgada lendo isso.

Era tudo tão calmo quando Liam não estava aqui, mais calmo ainda quando Olivier não trazia as crianças. Em meus pés, lady dormia enrolada em seu rabo, a pequena King Charles Spaniel de pelos brancos e ruivos, roncava baixo. Enquanto o Dachshund marrom, com manchinhas mais claras de pelos compridos, descia cuidadosamente das minhas pernas, e ao cair no chão ele corre até a porta, me fazendo desistir do livro e ir abrir a porta.

O cachorro arranhava a porta enquanto eu me aproximava, assim abrindo a porta saindo nos dois do quarto.
Connor descia as escadas de pressa, não ligando nem um pouco pro seu tamanho e pouca idade, assim quase tropeçando várias vezes, me arrancando um ótima risada.

E ao chegar a sala de estar, meu pai mexia no celular em silêncio, e quando me ver abre um sorriso no canto dos lábios. — Como está indo o dia?

— Tranquilo... Tranquilo até de mais.— Sento ao seu lado do sofá, e o pequeno sapeca tenta se juntar a nós, porém falha pela falta de tamanho e seus pulos pequenos, me fazendo pega-lo no colo.

— Estou falando com um amigo... Ele está sofrendo um pouco, seu filho passou mal ontem à noite, está internando.— Ergo as sobrancelhas e volto a fazer carinho em Connor que se aconchega em minha barriga.

— E quem seria?— Ele me olha e assim me responde.

— Carlos Sainz, conhece o filho dele, é o que corre contra Liam.— Arregalo os olhos e ele me olha com atenção.

— E o que houve, até ontem estava ótimo.— Me estico para frente e ele volta um pouca as mensagens.

— Apendicite.— Nós nos entre olhamos.

— Pelo visto alguém vai ficar sem correr.— Sem nem um pingo de empatia, balanço a cabeça em negação e me levanto.

— Não parece muito comovida, sei que ele é Liam não se bicam, mas isso não precisa refletir em nós como família, e muito menos em você.— Parecia que havia lido minha mente, me fazendo assustar e virar para ele, ainda segurando o pequeno filhote em meus braços.

— Ele xingou a todos nós, por causa de um erro bobo. Tomei as dores e você sabe muito bem o motivo.— Volto a caminhar para a cozinha.

— Sainz é um grande amigo meu, e não é por conta de uma desentendimento entre nossos filhos que isso quebrará nossa amizade.— Ele levanta vindo até mim.— Entre todos que já passaram por mim, Carlos com certeza foi uma das pessoas mais importantes. Infelizmente o que aconteceu na tal corrida destruiu algo que planejávamos a anos...— Ele começa a caminhar até a cozinha enquanto terminava de falar.— Porém tenho esperanças que nossa amizade reflita nos meninos e assim eles deem a continuidade a ela.— Ele enfim chega a cozinha, e eu me viro no sofá olhando para ele.— Acho que deveríamos nos juntar e colocarmos os dois na mesma equipe, isso faria os dois se aproximarem.— Meu pai abre a geladeira pegando uma maçã.

At Hing Speed- Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora