At Hing Speed- Carlos Sainz

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CARLOS SAINZ

Estava com a cabeça tão longe que eu sequer ouvia qualquer barulho ao meu redor.
As coisas pareciam passar por mim como balas, enquanto minha mente navegava tranquilamente no mar de pensamentos. Em meu fone, tocava alto: "I'm Still in Love with You".

Enquanto meus olhos fechados imaginavam as consequências de tudo que eu pudesse fazer na vida. Nunca estive tão ansioso, e parece estranho me ver assim de outra perspectiva.

—psiu...— Ouço o barulho entre as batidas da música. Eu tiro um dos fone e espero até ouvir novamente.—psiu...— Olho em volta, e enfim minha visão cai em Lando. Ele me olhava do outro lado da recepção, parecia estar escondido. Apontando para o seu celular em sua mão ele me faz entender que era para eu olhar algo em meu celular.

Suspiro fundo pois já conheço suas brincadeiras. Pego o celular que estava em meu colo e ligo sua tela, vendo algumas notificações dele.

"Vamo da uma volta hoje?"

Dou risada e reviro os olhos.

"Depende"
"Para onde?"

"Cê que sabe"
"Só quero sair daqui"
"Tudo por minha conta"
"😉"

Ele desliga o celular e o guarda no bolso. Lando caminha em silêncio até a porta, passando por ela. Me levanto também guardando meu celular e vou atrás dele.
Quando o alcanço, ele já me esperava em frente seu carro. Com um sorriso no rosto, os braços cruzados igualmente suas pernas.

— Onde?— Pergunta me olhando sério. Eu paro ao lado dele analisando o carro onde ele estava encostado.A lamborghini cinza combinava estranhamente com a roupa que ele usava, calça jeans cinza despojada camiseta branca com desenhos referentes a sua marca e um boné também com o "LN4" nas cores branca e preta.

— Iria dizer para darmos uma volta sem muito passeio por aí, só rodar em círculos ou algo parecido. Mas com essa máquina eu temo em dizer que vamos precisar ver a potência dessa belezinha.— Dou dois tapinhas no capô do carro e Lando apenas observa sorrindo.— Qual é?

—Veneno, acho tradicional, para um carro que quase não muda a estética.— Lando da a volta no carro e abre a porta do carro e entra e eu faço o mesmo logo em seguida.

— Lamborghinis sempre tão características.— Bufo ao ver o interior do carro. O cheiro de carro novo invade meu nariz me deixando totalmente contagiado pela energia de correr como louco.

— Intuito é achar uma estrada reta? Ou vamos enfrentar umas curvas?— Ele liga fazendo um estrondo enchendo meu peito de fervor. Isso é o ar que eu respiro, a adrenalina e a vontade de pisar até o final e ver até onde pode chegar.

— Austrália está calma não é? Vamos nos perder em umas curvas.— O maluco de boné mal espera eu terminar oque ia dizer e tira o carro da vaga em uma ré violenta, e logo em seguida pisa no acelerador fazendo as coisas ao nosso arredor parecer apenas cores e formas indefinidas.

[...]

Já não estava mais tão cedo, se aproximava das 7 da noite.
No terraço jogávamos papo fora, as mesmas conversas de sempre. Falando sobre os motores que nossos carros precisavam e sonhos estranhos que temos.