Quando cheguei em casa, Connor se agita pedindo para ir para o chão, eu o solto, e ele sai correndo, logo em seguida tiro minha sandália a deixando em qualquer lugar.
Ainda estava com a mente presa à mensagem de Liam. Ele havia me mandado um simples "Precisamos conversar.", o que já era suficiente para fazer meu estômago se apertar. Estávamos brigados há dias, e a tensão entre nós vinha crescendo. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde teríamos que nos resolver, mas essa parte sempre acaba sendo caótica.
Assim que entrei pela porta, o clima da casa estava diferente. Tudo estava silencioso, exceto pelo som distante do relógio no corredor. Liam estava sentado no sofá, as pernas cruzadas, mexendo no celular, mas levantou a cabeça quando me ouviu entrar. Havia um cansaço no seu olhar, misturado com uma ponta de arrependimento, e aquilo fez com que meu coração pesasse um pouco mais.
— Oi, como foi o dia?— ele disse, a voz baixa. — A gente precisa conversar.
Assenti, largando minha bolsa no chão ao lado da porta. Me sentei no sofá, de frente para ele, o silêncio entre nós tão espesso que eu quase conseguia tocá-lo. Não era sempre que brigávamos assim, mas quando acontecia, a sensação era de que o mundo inteiro parava de girar por um momento.
— Eu sei que deve está chateada, já que Max implorou para que conversássemos e enfim nos resolvemos, e de qualquer maneira, moramos juntos, seria impossível permanecer brigados.— Começou, a voz mais suave do que eu esperava. —E eu sei que fui um idiota. Eu só... Eu me preocupo, sabe? E às vezes, isso me faz agir feito um babaca, entendo que precisa fazer amigos, e fico imensamente feliz por estar enfim conseguido e sei o quanto é difícil, afinal somos irmãos, é claro que eu sei, somos iguais nesse quesito, dois dos filhos de Apólo, é óbvio que é um pouco mais difícil.
Suspirei, olhando para as minhas mãos no colo. Ele sempre usava essa justificativa. Preocupação. E, por mais que me irritasse o modo como ele interferia nas minhas decisões, parte de mim entendia. Ele só queria proteger, mas às vezes fazia isso do jeito errado. E eu sei tão bem que inconscientemente faço o mesmo, e sempre vou usar a desculpa "é porque eu sou mais velha" ou "eu sou sua irmã e sei oque estou falando"
— Eu só queria que você confiasse que eu sei o que estou fazendo, Liam. Eu sei que você quer o meu bem, mas não precisa me tratar daquele jeito, me senti um monstro. Eu entendo que te prometi, e entendo seu ponto de vista perfeitamente, mas as vezes a gente tem q se deixar um pouco. A nossa história de unha e carne as vezes se torna cansativa.
Ele passou a mão pelo cabelo, o rosto demonstrando mais culpa do que ele queria admitir. —Você tem razão. Eu... eu sei que exagero. Só que você é minha irmã, entende? E, às vezes, eu esqueço que você não precisa que eu esteja no controle de tudo. Assim como você faz. Entendo que somos explosivos e fazemos as coisas sem pensar é justamente isso que precisamos melhorar.
Um pequeno sorriso apareceu nos meus lábios. Isso já era um avanço, ele admitir que estava errado. — Ok. A gente se resolve, mas você tem que parar com isso, sério. Farpas tudo bem, mas partir pra esse lado já é demais.
Ele riu levemente, o alívio começando a se instalar. — Tá, eu prometo. Trégua?
— Trégua.—concordei, estendendo a mão para ele, e nós apertamos como se fosse um acordo formal. Foi nesse momento que ouvi o som de alguém batendo na porta.
— Ah, convidei o Lando pra vir aqui.— disse, de repente lembrando que o tinha chamado enquanto ainda estava com Alex. —Só pra descontrair um pouco.
— Sobre isso, também temos algo a descobrir, vi algumas coisas e quero saber se é verdade ou só loucura da minha cabeça enquanto estava louco de bebidas.—Liam assentiu, e eu me levantei para abrir a porta. Lando apareceu com seu sorriso habitual, aquele ar descontraído de quem parecia sempre estar pronto para uma festa, mesmo que não houvesse uma.
— Ei, espero não estar atrapalhando nada.— ele disse, entrando já familiarizado com a casa.
— Não, na verdade, você chegou na hora certa.— respondi, rindo. —A gente acabou de resolver a briga.
Lando abriu os braços, exagerado. —Então é hora de celebrar a paz!— Ele puxou uma garrafa de vinho da mochila, como se já estivesse preparado para qualquer ocasião.
Foi só questão de tempo até que a "festa" realmente começasse. Um por um, nossos amigos começaram a aparecer. Max, com seu jeito sempre animado, Daniel, que trazia uma energia contagiante, Yuki, com sua risada fácil. Pierre chegou um pouco depois, seguido por Lance, George e Alexander. E claro, Carlos. Sempre ele.
Quando ele chegou, estava mais quieto do que o normal, o olhar levemente desconfiado, como se não tivesse certeza se queria estar ali. Eu o observei por um segundo, tentando ignorar a sensação estranha no meu estômago. Eu odiava como ele conseguia me deixar nervosa, mesmo sem fazer nada.
A casa, que antes estava silenciosa, agora pulsava com conversas, risadas e música. Lando, claro, estava no centro da confusão, brincando com todos, enquanto Max e Daniel já haviam se jogado no sofá com copos na mão. Yuki e Pierre riam de alguma piada que só os dois entendiam, e Lance e George estavam debatendo algo animadamente na cozinha.
Eu me aproximei de Carlos, que estava encostado na parede, observando o caos como se estivesse apenas de passagem.
— Surpresa por te ver aqui.— disse, tentando manter a voz casual, mas sabendo que nossas interações nunca eram tão simples.
Ele deu um leve sorriso, mas sem muito humor.—Lando me arrastou.
— Claro, o Lando nunca perde a oportunidade de te trazer junto.— Eu ri, mas a sensação estranha não desaparecia. Havia algo de errado.
— A casa está repleta de homens, acredito que você esteja em um barco sozinha.— Ele manteve o olhar sério.
— Sim, você tem um ponto e uma vírgula.— Analiso o copo em minhas mãos, tentando não dar importância.
A campainha toca me tirando dos pensamentos. Liam já estava próximo a porta e assim não precisei ir até lá, vendo Charles chegar juntamente de Alex e algumas garotas.
— Onde estavam?— George abraça uma delas e lhe dá um beijo em sua testa.
— Estávamos esperando Alex chegar para podermos subir todas juntas.— A morena baixinha diz. E eu me viro para Carlos porém ele já não estava mais ali ao meu lado.
Dou um pequeno giro em torno de mim mesma, e então o localizo, bebendo uma dose no balcão, ele olha para mim ao mesmo tempo, mandando um piscadela.
— Garotas acho que não foram apresentadas, essa é minha irmã Isabella.— Liam vem até mim e me puxa pela mão me levando para mais perto.
— Oi!— Digo tentando ser o mais simpática possível. E então um coro feminino de vocês doces e aveludadas me correspondem com um olá caloroso, algumas acrescentavam meu apelido "Isa" uma ou outra falavam o outro "Miss" e outras apenas um "oi" simples.
— Fiquem a vontade, a casa é de vocês.— Liam me deixa junto a elas e sai com os rapazes.
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At Hing Speed- Carlos Sainz
Fanfiction✸❝Carlos Sainz, um piloto de Fórmula 1 espanhol, vive para a velocidade. Criado apenas para as pistas, Sainz, não é lá a melhor pessoa para se dar um 𝐍𝐚̃𝐨❞ ✸❝ Isa Martini, uma das modelos mais caras de toda a América Latina, conhecida por sua bel...