47 - Oráculo

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Tentando manter a calma e não surtar com Akainu diante de mim, desligo o chuveiro.

Calma, S/n, você tá chapada e tá alucinando.

Respira.

Me enrolo na toalha e saio rapidamente do banheiro em direção ao meu quarto. É o lugar mais seguro que eu consigo pensar para passar por isso.

Merda. A noite vai ser longa.

Eu já não sei precisar há quanto tempo estou alucinando.

Será que o banho estava extremamente bom por isso?

Não sei nem sei vou conseguir fazer bom uso da minha fruta. E se em vez de me silenciar, eu aumentar o volume em proporções gigantescas por engano?

O terror me invade quando vejo um Akainu nervoso na minha frente.

Me encolho em resposta, de medo.

_ Quantas vezes vou ter que te falar pra não passar as noites fora? Isso não é coisa que a filha de um Capitão da Marinha faz! – ele grita.

Estou adolescente de novo, nos meus jeans favoritos, as unhas escuras, ouvindo seus gritos enquanto olho para o chão.

_ Está de castigo! E pode esquecer sua vida boa! Você vai se alistar na Marinha assim que fizer 18!

Sinto uma raiva misturada com medo se corroerem dentro de mim e as lágrimas rolarem em meu rosto. Que humilhação. Muita humilhação.

Então ele me levanta, me pegando pelo braço e me tranca em meu quarto.

_ Só vai sair quando eu deixar, nem que eu tenha que te prender o resto da vida!

Batendo a porta atrás de mim, eu forço a trava da janela e pulo por ela.

Me vejo em outro cômodo. Diante de mim está minha mãe doente, sentada em sua poltrona perto à lareira.

Estou com 10 anos.

_ Mãe!

A raiva dá lugar a saudade então eu choro me jogando em seu colo.

Ela passa a mão por meus cabelos.

_ Oh, S/n. Me promete que você vai encontrar nossa história. É muito importante que você saiba sua origem – ela me diz tirando o medalhão de seu pescoço e entregando para mim.

Eu aperto o colo de minha mãe quando ela me mostra o velho caderno de bordo com o símbolo do sol. Akainu entra na sala e ela joga o caderno no fogo, no desespero.

_ NÃO! – grito.

Vou até a lareira a ponto de colocar a mão no fogo para salvar o caderno, mas Akainu me puxa para longe e começa a gritar para eu sair dali.

Saio pela porta aos prantos e entro numa cabana. Está frio. Muito frio.

A luz se ajusta aos meus olhos e vejo Zoro e Hiyori juntos, com os corpos entrelaçados, dormindo seminus.

_ Não, por favor, aqui de novo não! – eu choramingo.

Saio correndo pela porta onde entrei me esforçando pra não olhar para frente, mas bato em alguém e caio no chão.

Zoro me estende a mão e eu começo a chorar compulsivamente, sendo engolida pela minha própria tristeza.

_ Sai da minha cabeça, porra! Me deixa em paz! Eu quero esquecer que você existe!

Visceralmente abraço meus joelhos e deixo sair um longo choro, dando urros de dor.

O choro dá lugar à soluços.

Imagine - One PieceOnde histórias criam vida. Descubra agora