Reed estava sem reação em frente ao companheiro. Como assim filho?
- Bryan, de onde você tirou essa ideia maluca? - perguntou quase sem voz.
Não que não desejasse ter filhos, mas naquele momento, achava impossível cuidar de uma criança.
- As crianças do parque. São adoráveis vê-los brincando e se divertindo.
- Você pode observá-los quando quiser, bocó. Não precisa de adoça pra isso.
Gavin deu as costas pensando que o tinha feito mudar de ideia, mas não, o mais alto o seguiu até o quarto.
- Eu sei muito bem disso, Gavin. Mas ter um filho seu, deve ter outro sentimento, não?
O detetive parou no meio do quarto e aquilo ecoou na sua cabeça.
Ele se lembrou de seu pai o forçando fazer coisas diferentes das quais desejava.
Ele sabia que não poderia ter filhos do jeito convencional e muito menos queria fazê-lo.
- Olha, é estranho você dizer isso agora, mas agora não é um bom momento - disse esfregando suas mãos em seus braços - Me deixa pensar um pouco e depois te digo a resposta.
RK900 concordou, o deixando em paz.
Só por um tempo.
Reed achava que dizendo que pensaria sobre o assunto, Bryan se acalmaria e o deixaria pensar, mas a cada dia que passava o androide lhe perguntava se já tinha pensado, recebendo um não como resposta.
E assim os dias se passaram. Mesmo Reed tentando fazê-lo esquecer disso com sexo, o outro sempre voltava ao mesmo assunto de sempre, o deixando irritado.
- Olha só, ficar me perturbando não vai te levar a lugar nenhum - ele disse ofegante depois de uma sessão de sexo com o androide.
- Pelo menos estou tendo sexo sem pedir - sorriu para o outro o vendo deitado ao seu lado - Se bobear ainda saiu ganhando.
- Você é que pensa - o outro resmungou.
- Por que você tem tanta incerteza de ter um filho?
- Não é incerteza, só não sei se vou ser um bom pai para as crianças.
- Crianças? Está pensando em várias, então.
- Você me entendeu - disse se levantando, se direcionando ao banheiro - Ter um filho demanda muita responsabilidade, e você sabe como sou.
- Nada no que eu não possa ajudar - se levantou e ficou no batente da porta de braços cruzados o olhando - Eu tenho as programações de cuidar uma criança. Connor é como eu e cuidou de Charlotte todo esse tempo que esteve com eles.
- Então você tá afim de fazer por causa do Connor - perguntou com a boca cheia de pasta.
- Não, só estou dando um exemplo. Se Hank e Connor podem ser bons pais para a Charlotte, porque nós não podemos ser. Eu sei o que você sofreu na mão do seu pai, mas essa é uma oportunidade de fazer tudo diferente. Tratar seu filho como você queria quando mais novo.
O detetive bufou. Ele sabia que o parceiro iria continhuar insistindo e que ele estava certo sobre. Ele precisava tomar uma decisão.
~//~
Na segunda de manhã, Reed aproveitou que Hank estava sozinho enquanto Connor preparava um café para os dois junto com Bryan e se sentou ao lado do mais velho.
O grisalho estava pensativo olhando para a tela do celular.
- O que houve, velho? - o detetive perguntou batendo o ombro no seu.
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We're A Familly Now
FanficDepois da revolução dos androides, Connor vai morar na casa de Hank. Com o tempo, os dois começam a olhar de forma diferente um para outro, fazendo com que além de seus casos e lidem com seus sentimentos. *EM REVISÃO*