Capítulo 53

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Reed estava sem reação em frente ao companheiro. Como assim filho?

- Bryan, de onde você tirou essa ideia maluca? - perguntou quase sem voz.

Não que não desejasse ter filhos, mas naquele momento, achava impossível cuidar de uma criança.

- As crianças do parque. São adoráveis vê-los brincando e se divertindo.

- Você pode observá-los quando quiser, bocó. Não precisa de adoça pra isso.

Gavin deu as costas pensando que o tinha feito mudar de ideia, mas não, o mais alto o seguiu até o quarto.

- Eu sei muito bem disso, Gavin. Mas ter um filho seu, deve ter outro sentimento, não?

O detetive parou no meio do quarto e aquilo ecoou na sua cabeça.

Ele se lembrou de seu pai o forçando fazer coisas diferentes das quais desejava.

Ele sabia que não poderia ter filhos do jeito convencional e muito menos queria fazê-lo.

- Olha, é estranho você dizer isso agora, mas agora não é um bom momento - disse esfregando suas mãos em seus braços - Me deixa pensar um pouco e depois te digo a resposta.

RK900 concordou, o deixando em paz.

Só por um tempo.

Reed achava que dizendo que pensaria sobre o assunto, Bryan se acalmaria e o deixaria pensar, mas a cada dia que passava o androide lhe perguntava se já tinha pensado, recebendo um não como resposta.

E assim os dias se passaram. Mesmo Reed tentando fazê-lo esquecer disso com sexo, o outro sempre voltava ao mesmo assunto de sempre, o deixando irritado.

- Olha só, ficar me perturbando não vai te levar a lugar nenhum - ele disse ofegante depois de uma sessão de sexo com o androide.

- Pelo menos estou tendo sexo sem pedir - sorriu para o outro o vendo deitado ao seu lado - Se bobear ainda saiu ganhando.

- Você é que pensa - o outro resmungou.

- Por que você tem tanta incerteza de ter um filho?

- Não é incerteza, só não sei se vou ser um bom pai para as crianças.

- Crianças? Está pensando em várias, então.

- Você me entendeu - disse se levantando, se direcionando ao banheiro - Ter um filho demanda muita responsabilidade, e você sabe como sou.

- Nada no que eu não possa ajudar - se levantou e ficou no batente da porta de braços cruzados o olhando - Eu tenho as programações de cuidar uma criança. Connor é como eu e cuidou de Charlotte todo esse tempo que esteve com eles.

- Então você tá afim de fazer por causa do Connor - perguntou com a boca cheia de pasta.

- Não, só estou dando um exemplo. Se Hank e Connor podem ser bons pais para a Charlotte, porque nós não podemos ser. Eu sei o que você sofreu na mão do seu pai, mas essa é uma oportunidade de fazer tudo diferente. Tratar seu filho como você queria quando mais novo.

O detetive bufou. Ele sabia que o parceiro iria continhuar insistindo e que ele estava certo sobre. Ele precisava tomar uma decisão.

~//~

Na segunda de manhã, Reed aproveitou que Hank estava sozinho enquanto Connor preparava um café para os dois junto com Bryan e se sentou ao lado do mais velho.

O grisalho estava pensativo olhando para a tela do celular.

- O que houve, velho? - o detetive perguntou batendo o ombro no seu.

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