Tropical

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— Pelo visto, vocês são bem solitários.— Carlos deita no sofá se esticando.

— Nunca fico em casa, sempre tenho algo para fazer. Mas sempre quando estou em casa faço grande maioria das coisas com junto com o Liam...— Termino de tomar o vinho q restava em minha taça, puxo a garrafa pondo mais um pouco, porém acabo deixando derramar um pouco, uma pequena gota desliza no vidro fino e eu prontamente paço levemente recuando a gota e ao chegar na bordar tomo um gole generoso. — Pelo menos quando não estou trabalhando.

— Então a casa é bem solitária.— Seus olhos me cercavam e contaminavam os meus, enquanto ele observava com atenção cada movimento meu.

— Bom, talvez.— Nós ficamos em silêncio por um tempo. Não nos olhávamos, apenas bebíamos. Tanto eu quanto ele, nos perdíamos em nossos pensamentos, ele, eu não sei sobre oque pensava, mas eu tinha minha cabeça em Liam, que não havia mandado mensagem até agora, pelo menos não que eu tenha visto. Seus olhos tão distante, pensando em algo diferente, e sua expressão de dúvida me deixava curiosa.— Não sente sua falta?

— Como?— Ele "acorda". Seus olhos ainda perdidos sequer se mexem.

— Rebecca... Não sente falta dela?— E então sua cabeça se move lentamente, e seus olhos vão ao chão, subindo lentamente sobre meus pés até chegar de encontro aos meus olhos.

— Não. Já havíamos acabado fazia tempo, só não tínhamos oficializado com palavras.— Mordo meu lábios inferior, tentando entender. Me viro levemente pondo a taça vazia em cima da mesa, pois não aguentaria beber nem mais pouco.

— Quarta pareciam bem, estavam "conversando".— Faço aspas com as mãos.— Muito próximos um do outro no jardim.

— Quarta foi a nossa última "conversa"— Ele também faz aspas.— Se é que me entende... Conversamos a noite inteira, até eu perceber que não conseguia sentir mais nada, e acabou que brigamos por isso, e foi cada um pro seu lado.

— Então a noite não foi boa, talvez eu consiga entender sua abstinência.— Cruzo os braços e minha mente me alto sabota, me fazendo imaginar a cena completa.

— É... Não fui à festas, e cumpri o combinado de não ficar com ninguém. É claro, não falei nada ainda, vou esperar ela postar algo, ou as pessoas começarem a desconfiar.— Ele também cruza os braços.— Vi quando chegou no jardim, e acredito que Rebecca também, e então ela me beijou, talvez apenas para te provocar, vai saber.

sorriu fino e cínico, ouvindo atentamente oque ele ainda tinha para dizer.

— Sua forma de ver o mundo me surpreende. Até parece que estou conversando com um amigo meu. Sem ofensa, mas Lando as vezes fala da mesma forma. O sorriso malicioso de vocês dois quando falam algo do tipo é quase idêntico.— Ele ri. Me inclino para pegar meu celular em cima da mesinha de centro vendo as últimas notificações.— Será que o senhor Apólo não andou pulando a cerca?

— O Lando gosta muito do meu pai, acompanha a carreira dele dês de pequeno. Se tenho tais trejeitos, tenho a quem puxar, talvez seu jeito também seja inspirado em meu pai.— Desbloqueio o telefone e abro as notificações. Vendo que Lando havia me mandado mensagem, meu pai havia enviado alguns vídeos e mensagens, e algumas notificações do Instagram me deixam intrigada.

— Faz sentido, não falarei mais sobre. Mas que seu jeito é parecido com o dele, é mesmo. Acho engraçado seu jeito festeiro, você vira outra pessoa. Aqui em minha frente, você está seria, pouco brincalhona, mas continua super técnica. Lembro de você na festa, dançando junto a Lando, a energia de vocês se enter ligam, parecem um só...— Ele me vê espremer os olhos levando uma das mãos até minha boca, fazendo uma expressão de surpresa.— Oque houve? Aconteceu algo?

Dou uma risada amarga, e me desmancho, me jogando contra o sofá, e ele sem entender ria nervoso. Me levanto ainda rindo muito e levo o celular até ele.— Acho que o corno da vez é você.— Digo o mostrando uma publicação de uma conta de fofoca, onde mostrava Rebecca no evento de alta costura e moda que estava acontecendo hoje, exatamente naquele instante do outro lado da cidade. E junto a ela, um rapaz, que aparentemente o conhecia de algum lugar.

— Ah não.— Ele afasta o celular e toma o resto de sua bebida.

— Ah sim... Tá pesando aí?— Pergunto apontando para cima de sua cabeça.

— Ela ainda tem mais.— Ele cruza os braços e tenta se sair por cima mas eu volto a rir.

— Que você sabe, você só tem esse, mas assim...— Volto a procurar nas contas de fofoca.— Olha aí, acho que já estão especulando que vocês terminaram.

No mesmo segundo meu celular começa a tremer. Lando me ligava, e eu atendo rapidamente.

— Carlos não me atende! Você viu? Viu no Instagram? Rebecca está no evento daquele estilista daqui, COM OUTRO CARA.— Ele grita me fazendo rir.

— Nem com telefone ele tá.— Carlos revira os olhos não dando importância para oque estava acontecendo.

— Como sabe?— Lando mexia em algo do outro lado da linha. O barulho de seu teclado batendo freneticamente me davam a certeza que ele estava jogando.

— Porque ele tá aqui na minha frente.— Digo e volto a rir da sua cara.— Inclusive vi ao vivo o seu chifre aparecer.

— Oque? Porque ele está aí? Vocês estão sozinhos? Juntos?— Lando ri junto a mim.

— Sim?— Levanto devagar com a ajuda de Carlos.

— Já colo aí.— Lando desliga e eu volto a dar risada.

— Deixa eu te perguntar.— Sua voz grossa e rouca me assusta, já que não estava esperando sua expressão mudar repentinamente. Fico séria automaticamente, tentando controlar minha respiração alterada junto a minha risada.

— hm?— Digo e me aproximo dele.

— Quer quanto pra fazer uma aparição comigo em um lugar.— Ele termina de falar e me estende a mão, erguendo logo em seguida uma de suas sobrancelhas e um sorriso cínico aparece no canto dos seus lábios.

Aquilo me faz tirar uma risada profunda que esperava para sair ansiosamente. A risada sarcástica, o faz revirar os olhos.— Nem pagando!

— Por favor, me ajuda.— Ele faz cara de cachorro abandonado.

— Eu dobro e passo pra próxima. Tá achando oque? Que eu sou acompanhante de luxo que nem sua ex Alien? Sai fora.— Paro de rir e me jogo contra o sofá novamente.

— Agora vou ter que ficar com fama de corno?— Ele se inclina se aproximando de mim.

— Ninguém mandou.

— Você tem uma parcela de culpa nisso, mesmo que seja bem pequena.— Aquilo me faz levantar devagar. Connor com os movimentos bruscos acaba acordando e não demora pra descer do sofá e ir atrás do seu potinho de comida.

— Nada teria acontecido se a ideia de ir para aquele lugar não tivesse saído da sua boca.— Me estico falando alto em seu rosto.— Assuma as consequências dos problemas que você arruma pra sua vida.

— E se eu só não quiser?— Ele volta a me desafiar com os olhos.

— Ai o problema é seu. Não me envolva, nem envolva outras pessoas nas merdas que você faz com sua própria vida.— Digo aproximando meu rosto do dele, o provocando. — Sua fama de traidor não é de agora, e de corno não irá ser uma novidade.— Começo a falar mais baixo e em uma outra entonação.— Agora... SE-GU-RA TUA ONDA!

Assim que termino de falar, ele agarra meu rosto com as duas mãos, me arrancando um beijo. Eu me remexia tentando me soltar, enquanto batia e tentava tirar duas mãos do meu rosto.Porém perco minhas força.
E um lado da minha cabeça, consumido e alterado pela bebida e pelo meu desejo, assume o controle. E então só sigo o roteiro. O puxo pela gola da blusa para mais perto, assim ao perceber que eu não iria fugir, ele tira uma de suas mãos do meu rosto a descendo lentamente até minha cintura. E a outra mãos adentrava entre meu cabelo me segurando pela nuca.

At Hing Speed- Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora