37 - Seu sangue

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— Sim, mas quando destruímos ele, ele não tinha nenhuma câmera. Possivelmente deve ser algum drone de alguma criança perto da casa ou algo do tipo. – Blake respondeu confiante.

— Então me explique como dois drones apareceram em dois dias diferentes? – ela virou uma página, apontando o dedo para uma foto do drone destruído e mais algumas informações.

— Apareceu mais dois drones? – olhei para Blake que suspirou.

— Um. – confessou. — Mas foi o que eu acabei de dizer. Destruímos os drones, nenhum tinha sequer uma câmera. – respondeu.

— Mas depois, misteriosamente você encontrou um homem perto das redondezas. Enfiaram ele no porão e não conseguiram tirar uma informação sequer. – Sofia bateu com as mãos na mesa, inclinando-se para frente. —  Que merda de máfia é essa? - ela fitou sério o homem, que se manteve calado. — Burros! – a garota negou com a cabeça como se estivesse decepcionada. — Isso era uma isca. – suspirou.

Sofia me deixou completamente impressionado pelo jeito que dizia firmemente e defendia sua teoria com unhas e dentes. Mas no mesmo momento, eu sentia meu sangue ferver com a ideia de que Sofia poderia estar certo.

Blake mostrou também estar impressionado, pois pela primeira vez em toda a minha vida, vi aquele homem sorrir.

— Alguém mandou um drone. Vocês derrubaram ele. Acharam um homem. – a garota fechou os olhos, parecendo tentar se manter calma. — Isso era uma isca. – disse novamente, agora tirando sua jaqueta de couro. — Uma isca pa…– ela se sentou em meu colo.

— Para peixe grande! – Blake e eu falamos juntos, interrompendo a minha garota. — Vou descer para o porão. – ele recuou um passo, escondendo o seu sorriso. — Peço desculpas pela minha desconfiança.

— Tudo bem. – Sofia respondeu em um suspiro. — Aposto que não jogaram os restos do drone fora. – ela olhou para Blake, enquanto pegava o seu sorvete em cima da mesa. — Peguem todos eles e dêem uma boa olhada. – minha mulher ordenou.

Blake concordou com a cabeça e então saiu o mais rápido possível do meu escritório. Blake era o único que eu realmente confiava. Aquele cara tomou cinco balas por mim e não é atoa que hoje deixei como linha de frente para os outros. Ele é fechado e é autoritário. Ver pela primeira vez ele sorrindo, supostamente diz que ele acreditou no que Sofia havia dito e não questionaria ou diria que ela estava errada.

— Então quer dizer que agora você manda? – deixei meu queixo em seu ombro, admirando a colher prata sair de sua boca.

— Fiz uma coisa que seus homens não fazem. Prestar atenção. – deu de ombros, comendo mais uma colher de sorvete.

— Então quando eu achar que eles estão errados…– beijei seu pescoço, sentindo ela ficar tensa em meus braços. — Vou te chamar sempre. – sussurrei.

Sofia ficou imóvel. Ela engoliu o seu sorvete em um modo lento. Eu apertei a sua cintura com força, descontando total a minha raiva que Jacob talvez teria tocado nela, quando entrei em seu quarto dias atrás.

Sua respiração desregulada me fez fazer um carinho em sua barriga coberta pelo o tecido do seu vestido colado.

— O-o q-que você está fazendo? – gaguejou.

— Nada. – beijei seu pescoço.

— Não toque em mim! – ela pediu rápido, quase como se não quisesse que aquilo de fato acabasse.

Sofia se levantou rápido do meu colo, segurando seu sorvete contra seu peito. Eu me levantei da minha cadeira devagar, envolvendo meu braço em sua cintura, a puxando para mais perto. Joguei algumas coisas da minha mesa pro lado, deixando que caísse tudo no chão. E no mesmo momento, um grito saiu dos seus lábios e risadas dos meus.

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