Encarei a porta do quarto da garota, segurando a maçaneta com força. Fazia horas que eu não entrava ali para verificar se ela estava dormindo. Peguei no sono e acordei de repente, com a boca seca. Eu respirei fundo e me afastei da porta.
Desci as escadas com as mãos no bolso da minha calça. Era três horas da manhã. Entrei na cozinha descalço e enchi um copo de vidro de água gelada. Encarei o chão bebendo água, me perdendo nos meus próprios pensamentos.
Voltar para Itália.
Voltar para Itália vai ser uma das minhas piores escolhas. Mas eu não posso morar aqui, meu país não é esse.
A porta principal bateu com força. Arqueei uma sobrancelha imaginando ser um dos dois caras. Deixei meu copo na pia e saí para fora da cozinha. Passei pela sala e olhei para as escadas e na mesma hora eu parei.
— Sofia! – a chamei, sentindo meu sangue ferver.
A garota se virou para mim com um sorriso enorme nos lábios. Seus saltos em sua mão, sua bolsa no ombro. A merda da sua saia curta de mais e seus cabelos bagunçados. Me fez respirar fundo tentando me acalmar.
— Atlas! – ela sorriu mais, como se estivesse feliz ao me ver.
Subi as escadas e fiquei em sua frente. Seus olhos vermelhos e sua voz embolada...
— Te ne sei andato, cazzo?! – segurei o seu rosto com as minhas duas mãos, verificando os seus olhos. — E ainda tá chapada?
— foi só um pouquinho. – ela fez um sinal com a mão e sorriu. — eu tô com sono. – coçou os olhos e eu murmurei sem paciência.
Segurei na mão da garota e a arrastei até o quarto, ouvindo a garota murmurar. Tentei abrir a porta, mas estava trancada o que me fez acertar um tapa forte nela, já sem paciência.
— calma garotão! – a garota atrás de mim, riu. — a chave está na minha bolsa. – ela pegou a sua chave.
Peguei a chave da garota na maior brutalidade possível. Mas então fechei os meus olhos tentando me acalmar. Não queria passar medo pra ela. Suspirei e abri a porta, dando espaço para que a garota passasse.
Sofia entrou soltando seus saltos no chão e andou até a cama, onde se deitou e deixou sua bolsa ao seu lado.
— não dorme! – alertei, indo até o seu guarda roupa.
Abri a gaveta da garota, na parte de peças íntimas. Procurei por qualquer cor e joguei na cama logo em seguida. Peguei um pijama preto de seda e fechei a gaveta e a porta de correr do guarda roupa.
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Darkside
RomanceSofia Martínez, é como um anjo, que deixa qualquer um apaixonado. Não só pela sua beleza, mas pelo jeito que a garota tem de tratar as pessoas à sua volta. O sorriso que tem em seus lábios, mesmo que debaixo da sua máscara encantadora, Sofia carrega...