36 - drone

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Aos poucos eu me aproximei da porta aberta. De fininho, na ponta do pé, olhei para o banheiro que estava ocupado por Jack.

- O que você está fazendo? - perguntei curiosa.

Jackson tinha luvas transparente nas mãos e seus cabelos com alguma coisa que eu não sabia descrever o que era.

- Deu para aparecer assim do nada? - ele riu nasalado, se olhando no espelho.

- O que você tá fazendo? - perguntei novamente, me escorando na porta do banheiro.

- Tentando voltar com a minha cor natural. - ele respondeu dando de ombros.

- Sua cor natural não é essa? - perguntei confusa.

- Tá surda? - Jack suspirou, o que me fez revirar os olhos.

- Por que você está voltando com a sua cor natural? - cruzei os braços.

- Meu Deus! Você faz muita pergunta.

- Desculpa. - desviei o olhar pro chão, evitando seus olhos de tédio.

- Já ouviu falar que quando algo ruim acontece na vida da pessoa, descontamos no cabelo?

Então eu o olhei. Sua postura era relaxada enquanto alisava os cabelos com as luvas em suas mãos. Jackson se manteve em pé sem baixar a guarda mas ao mesmo tempo relaxado.

- Você está triste? - franzi o cenho, não acreditando no que eu mesma tinha perguntado.

- Não! - respondeu simples. - Pessoas mudam o cabelo. Se cortam ou até mesmo se matam quando algo ruim na vida delas acontece.

- E o que você acha sobre isso?

- são fracas. - deu de ombros. - Pessoas são burras demais. Tudo isso passa algum dia. Por que tirar a própria vida?

- Não sabemos o que se passa na vida das pessoas, Jackson. - dei de ombros.

- Verdade. - ele suspirou pesado. - Agora, vaza! - Jackson se virou para mim, apontando para que eu saísse.

As lágrimas escorriam dos meus olhos, pingando no chão, enquanto eu estava ajoelhado, olhando para o enorme quadro dela pendurado em nossa sala

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As lágrimas escorriam dos meus olhos, pingando no chão, enquanto eu estava ajoelhado, olhando para o enorme quadro dela pendurado em nossa sala.

- Me desculpa. - sussurrei, implorando pelo o seu perdão.

Pedi aos céus para que me perdoasse. Toda as vezes que olhava o seu sorriso no quadro com bordas de ouro puro, sua imagem com um sorriso lindo invadia minha cabeça, quando eu fechava os olhos.

- Me desculpa, mãe. - implorei, encostando minha testa no piso frio.

Eu pedi. Eu implorei por perdão, mas ela não me escutava. Ela não respondia. Ela não se ajoelharia, passaria às mãos pelos meus cabelos, nem passaria suas mãos de anjos em meus rosto, dizendo que eu estava perdoado, com sua voz doce.

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