07 - Mercedes

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Acordei com uma forte luz do sol, o que me fez murmurar e afundar meu rosto embaixo do edredom, escutando meu irmão me desejar bom dia.

— Eu tô com sono. - me virei de bruços, fechando os olhos. — Por favor, volta a dormir.

— Qual é Sofia, levanta, vai! - senti um peso nas minhas costas e sua risada perto da minha orelha.

— Não tô afim de levantar agora. - murmurei com os olhos fechados.

— Então, você não quer andar no meu carro?

Abri os olhos e sorri. Matteo riu saindo de cima de mim e se jogou do meu lado. Me sentei na cama coçando os olhos. O olhei de canto de olho, e percebi que ele estava mexendo em seu celular.

— Me espera. - murmurei.

Desci da cama fazendo um coque frouxo em meus cabelos, enquanto calçava as minhas pantufas. Andei até o meu armário o abrindo. Passei meu olhos nas roupas, e decidi que iria pegar uma calça moletom e uma regata branca. Andei até o meu banheiro, trancado a porta atrás de mim, e não demorou muito para que eu começasse a me livrar do meu pijama de cetim vermelho.

Assim que acabei, abri a porta branca de madeira do meu banheiro e na mesma hora a fumaça tóxica do cigarro de Matteo invadiu minhas narinas.

— Meu Deus! - tossi, recebendo sua atenção. — Não tinha outro lugar pra você usar essa merda? - andei até a porta de vidro que dava para a minha varanda, a abrindo.

— Não, não tinha. - ele sorriu de lado, me fazendo revirar os olhos.

— Aí, Matteo, me esquece. - tossi mais uma vez.

O moreno que estava sem blusa, mostrando todas as suas tatuagens espalhadas pelo o corpo, vestindo apenas uma calça moletom. Se levantou da cama rápido, pegando seus dois maços de cigarro que estavam em cima da mesa de cabeceira, e andou até mim, sacudindo-os.

— Ta afim do que hoje? - ele entrou na minha varanda, passando por mim.

— Bom, você disse que iria me ensinar a dirigir, não disse? - me encostei na porta, cruzando os braços.

— Hurum. - ele deu de ombros, tragando mais um pouco do cigarro, entre seus dedos. — Tava pensando comigo...- Matteo fez uma cara pensativa, me deixando curiosa. — quem sabe eu não te leve a uma boate essa noite.

— Peraí, sério? - endireitei minha postura. — Vai me levar pra esse lugar, que você tanto fala mal, mas não saí de lá? - sorri largo, meu irmão revirando os olhos.

— Vou. - ele suspirou pesado. — Mas só porque teremos visita hoje.

— Teremos visitas? - tombei a cabeça pro lado, confusa.

— Nosso pai chegou, disse pra mim que teríamos uma pequena visita. Um jantar. - ele deu de ombros. — Ele não me quer aqui, então, vou te levar também.

— Nossa, uma boa ideia. Mas, poderíamos ir para outro lugar. - dei de ombros.

— Não quer mais ir na boate, agora? – ele cruzou os braços, sem entender.

— Festas nunca foram minha praia...só queria sair um pouco com você. - eu disse soltando um suspiro, ele fez beiço, levando sua mão até o seu peito, fingindo emoção.

— Tá bom, tá bom! - Matteo jogou seu cigarro no chão pisando-o, e eu o repreendi com os olhos, por ter manchado meu chão branco com a cinza da droga. — Vamos logo, antes que ele faça você ficar aqui. - ele se levantou, andando até mim.

— Quem vai vir? - segui o homem, vendo-o dar de ombros.

— Provavelmente o seu marido.

— Não seria melhor eu ficar? Sabe, pra conhecer ele. – levei minhas mãos para trás.

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